Paróquia das Angústias assinala 10 anos da morte de Monsenhor Júlio da Rosa

Iniciativa associa-se a outra homenagem prestada pela Fundação mater Dei, que o sacerdote flamenguense ajudou a criar

Foto: Igreja Açores/CR

 

A Paróquia das Angústias, na Horta, assinalou esta tarde os 10 anos do falecimento de Monsenhor Júlio da Rosa, figura marcante da vida religiosa e cultural do Faial e uma das referências da Igreja açoriana no último século. A celebração integrou uma eucaristia em sua memória, que reuniu vários fiéis e antigas gerações por ele acompanhadas, nomeadamente elementos da Confraria do santíssimo Sacramento, Irmandade de Nossa Senhora das Angústias bem como os Escuteiros.

No próximo sábado, a Fundação Mater Dei irá também homenageá-lo, promovendo uma conferência conduzida pelo padre Pedro Lima.

Monsenhor Júlio da Rosa faleceu com 91 anos, vítima de complicações cardíacas, após 66 anos de sacerdócio, em 2015.  Natural dos Flamengos, nasceu a 24 de maio de 1924 e foi ordenado em 1949. Nesse mesmo ano ingressou na Igreja das Angústias, onde permaneceu ao serviço durante 62 anos — primeiro como coadjutor e, desde 1973, como pároco.

Para além da ação pastoral, destacou-se como homem de cultura: foi jornalista no jornal A União, professor na UIC da Horta, sócio fundador do Núcleo Cultural da Horta e do Instituto Açoriano de Cultura, e responsável pela recolha e organização do espólio do Museu de Arte Sacra e do Museu da Horta. A sua investigação na área da História Religiosa e da espiritualidade mariana resultou na publicação de diversas obras.

A proximidade ao povo marcou profundamente o seu ministério, sendo recordado como sacerdote atento às necessidades humanas, sociais e religiosas da comunidade. O padre Marco Martinho, que o teve como “pai espiritual”, recorda-o como “um exemplo de oração, dedicação e serviço, alguém cuja vida me inspirou a ser sacerdote”.

“A vida do homem é isso mesmo: no meio das fragilidades da nossa condição conseguimos ser instrumentos na construção do seu reino. Foi isso que fez o padre Júlio da Rosa. Saibamos como ele viver uma vida cristã cheia da sabedoria de Deus”, afirmou o novo pároco das Angústias

Monsenhor Júlio da Rosa foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique e Comendador da Ordem de Mérito. Em 2006, foi nomeado Monsenhor pelo Papa Bento XVI, numa cerimónia coincidente com a inauguração da reconstruída Igreja das Angústias após o sismo de 1998.

Uma década depois da sua morte, a comunidade faialense continua a celebrar o legado daquele que marcou gerações e cuja obra permanece viva na vida religiosa e cultural da ilha.

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