D. Armando Esteves Domingues presidiu ao Jubileu dos Sacerdotes, a quem pediu para . Na diocese há 13 sacerdotes a completar o jubileu da sua ordenação sacerdotal
O bispo de Angra que esta tarde presidiu ao Jubileu dos Sacerdotes na Catedral desafiou os padres à renovação da “fraternidade presbiteral”, promovendo a “comunhão e uma vida espiritual sólida” num mundo “acomodado na esteira da secularização”.
“Peço-vos um novo ímpeto na fraternidade presbiteral, que mergulha as suas raízes numa sólida vida espiritual, no encontro com Ele (Jesus) e na escuta da sua Palavra. Alimentados por esta linfa, conseguiremos viver as essenciais relações de amizade” afirmou D. Armando Esteves Domingues esta tarde na Catedral aos sacerdotes que com ele concelebraram este Jubileu.
“Num mundo que nos interpela e abala, em que a atitude de muitos cristãos parece ter-se acomodado na esteira da secularização e a atitude de muitos padres parece ser mais para falar de Jesus que para O ouvir e Lhe responder. A pergunta – Quem dizeis que eu sou?, feita por Jesus aos discípulos- acompanha-nos e não pode ter resposta vaga. Conhecê-lo implica todo o nosso destino humano e espiritual; conhecê-lo significa segui-lo e viver para ele e nele; conhecê-lo significa aproximarmo-nos da humanidade perfeita que ele é. Quanto mais progredirmos nele, mais compreenderemos quem somos” afirmou D. Armando Esteves numa celebração que contou com nove dos 13 sacerdotes que este ano santo da esperança celebram os seus jubileus de ordenação, 25, 50 e 60 anos.
O prelado desafiou os sacerdotes a fazerem de Jesus “o seu tudo”, mesmo quando são tocados “ pela fragilidade e fracassos”.
“ Sei que, se O quero seguir terei de continuar a renunciar a mim mesmo e a tomar a cruz todos os dias, pronto a recomeçar sempre” disse D. Armando Esteves Domingues deixando três reptos aos padres com ele concelebraram este Jubileu, maioritariamente da Terceira mas também alguns de São Miguel e do Pico.
“ Nenhum de nós está isento destas ciladas que ameaçam a solidez da nossa vida espiritual e a força do nosso ministério”, disse salientando o desejo de que cada um “recupere a serenidade no seu ministério”.
Por outro lado, convidou os padres a serem “credíveis e exemplares”, recuperando o discurso do papa leão XIV aos padres da diocese de Roma.
“Peço-vos com o coração de pai e pastor: esforcemo-nos e ajudemo-nos todos nisto!” disse acrescentando : “ Sois/somos chamados a aperfeiçoar um estilo sinodal de viver o ministério. Eu quero ser o primeiro. Ajudemo-nos nas equipas sacerdotais das Ouvidorias, nos Conselhos e Serviços Pastorais”.
O prelado que esta semana participou nas Jornadas Episcopais do Clero em Fátima, voltou a falar de sinodalidade e a colocar os sacerdotes na primeira linha da sua concretização.
“A Sinodalidade é a concretização prática da comunhão no seio das comunidades cristãs para as tornar capazes de evangelizar melhor, de desenvolver uma cultura nova na sociedade, baseada no diálogo respeitoso, na aceitação dos diferentes e na convivência fraterna com todos, todos, todos”, disse D. Armando Esteves Domingues.
“Não basta o empenho do Papa, é necessária a corresponsabilidade de todos os fiéis, sejam eles leigos, religiosos ou ordenados. A todos exige-se uma docilidade ao Espírito e uma cultura sinodal que só poderemos adquirir com treino. Entende-se assim o desejo do Papa de que todas as comunidades sejam ginásios de fraternidade e participação, não apenas locais de encontro, mas lugares de espiritualidade”, concluiu.
O bispo de Angra, que esta tarde ordenou de uma só vez sete diáconos permanentes, facto “inédito nesta diocese” como sublinhou, agradeceu a todos os padres uma vida de entrega à Igreja e ao serviço do Povo de Deus.
“Parabéns, caros padres em Jubileu. Parabéns pela maravilhosa vocação a que Deus vos chamou; parabéns por estardes aqui a agradecer e renovar o dom da Ordenação e os anos de ministério. Obrigado pelo que sois e fazeis na diocese. Obrigado por estardes aqui e construirdes, em unidade com os bispos e, agora comigo, a comunhão no presbitério, essencial à missão desta Igreja Local” disse o prelado.
“É com o coração cheio de alegria e gratidão a Deus que celebro convosco as maravilhas do Senhor. O Jubileu é Cristo, “nossa esperança”. Oxalá seja ocasião para uma renovada conversão a Cristo, sempre rico de misericórdia para connosco que fomos, por Ele, ministros da mesma misericórdia”.
“Oxalá seja esta uma oportunidade para renovarmos a nossa disponibilidade para a missão”, disse.
O Jubileu dos Sacerdotes que foi celebrado e vivido este fim de Semana em toda a diocese foi particularmente assinalado pelos sacerdotes que completam 25, 50 e 60 anos de ordenação presbiteral. Todos receberam uma bênção papal pelo aniversário da sua ordenação, entregue pelo Vigário Episcopal para o Clero, padre José Júlio Rocha.