Presença na Internet deve ser «resposta a uma vocação missionária»

Bispos europeus debateram desafios de uma tecnologia que mudou a «vida social e espiritual dos utilizadores»

Cerca de 40 bispos e peritos em comunicação social ligados ao Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) afirmaram em Atenas, na Grécia, a presença da Igreja Católica na Internet como “resposta a uma vocação missionária”.

Em causa não está uma “estratégia mediática” mas sim “levar a Boa Nova de Cristo onde quer que as pessoas estejam”, salientaram aqueles responsáveis, no final de um encontro de três dias em Atenas, na Grécia, dedicado ao tema “Comunicação como encontro, entre a autenticidade e o pragmatismo”.

A iniciativa nasceu do convite que o arcebispo de Atenas, D. Sebastianos Rossolatos, e o exarca apostólico do rito bizantino católico na Grécia, Dimitrios Salachas, fizeram aos membros da CCEE.

Com o contributo e testemunho de especialistas como o presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, D. Claudio Celli, e o diretor da revista Civiltà Cattolica, o padre Antonio Spadaro, ficou claro que “a internet provocou uma mudança antropológica, com reflexo sobretudo na vida social e espiritual dos utilizadores”.

Diante desta ferramenta tecnológica, são muitas as pessoas, “não apenas os jovens” que incorrem no risco de deixarem-se “absorver completamente pela experiência digital, virtual”, colocando de lado a sociabilização, o contacto face a face.

Neste sentido, refere a CCEE, “a Igreja é chamada a comprometer-se na educação das pessoas”, para que elas encarem esta tecnologia como uma “oportunidade para o estabelecimento de relações reais”.

Para que isso aconteça, a Internet tem de ser encarada como uma “área” a trabalhar, em termos pastorais e missionários, e “não como apenas uma ferramenta”.

 

Atualmente, “a presença da Igreja na Internet não pode estar apenas resumida à publicação de conteúdos, esquecendo a dimensão relacional, o contacto com os utilizadores”, salientam os membros do episcopado católico europeu.

“Por outras palavras, a Igreja hoje é chamada a integrar, de modo equilibrado na Internet, os conteúdos veiculados com uma forma empática de comunicar”, complementam.

Durante o encontro em Atenas, os participantes partilharam alguns projetos que demonstram que é possível fazer essa síntese entre digital, espiritual e humano.

Um exemplo curioso foi trazido pelo padre Roderick Vonhögen, que através dos seus blogues e podcasts dedicados à atualidade informativa, tem conseguido levar o Evangelho a ambientes que à partida poderiam ser mais “hostis” à fé.

Ecclesia

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