Região atribui a título póstumo insígnia de mérito cívico ao padre João Caetano Flores

Sessão Solene comemorativa tem lugar esta segunda-feira de Pentecostes, dia da Região Autónoma dos Açores

Foto: ALRA(Aarquivo)

O padre jorgense João Caetano Flores vai ser, a título póstumo, um dos 20 homenageados na Sessão Solene Comemorativa do Dia da Região Autónoma dos Açores 2025, que este ano terá lugar no próximo dia 9 de junho, no Auditório do Ramo Grande, no concelho da Praia da Vitória, ilha Terceira.

A cerimónia, com início marcado para as 10h30, contará com a intervenção dos representantes dos Grupos e Representações Parlamentares com assento na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, seguindo-se os discursos do Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, e do Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Luís Garcia.

Após as intervenções, serão impostas pelos Presidentes da Assembleia Legislativa e do Governo Regional 20 Insígnias Honoríficas Açorianas que visam distinguir cidadãos e pessoas coletivas que se tenham destacado “por méritos pessoais ou institucionais, atos, feitos cívicos ou por serviços prestados à Região”.

Este ano será atribuída uma Insígnia Autonómica de Valor, quatro Insígnias Autonómicas de Reconhecimento, duas Insígnias Autonómicas de Mérito Profissional, uma Insígnia Autonómica de Mérito Industrial, Comercial e Agrícola e doze Insígnias Autonómicas de Mérito Cívico.

O padre João Caetano Flores nasceu a 9 de setembro de 1930, na Fajã dos Vimes, concelho da Calheta, na ilha de São Jorge. Desde jovem, revelou uma profunda vocação para o serviço pastoral e comunitário, ingressando no Seminário de Angra em 1943, onde realizou toda a sua formação e onde se forjou como sacerdote e pedagogo. Foi ordenado presbítero a 20 de maio de 1956, e, no final desse ano, a 10 de dezembro, assumiu o curato da freguesia da Ribeira Chã, no concelho da Lagoa, ilha de São Miguel, onde permaneceu até à sua morte, a 2 de dezembro de 1998. Na Ribeira Chã, a sua ação marcou de forma indelével a vida da comunidade.

“O Padre João Caetano Flores destacou-se pela sua visão inovadora e espírito empreendedor, promovendo não só a vida religiosa, mas também o desenvolvimento cultural e social da sua freguesia. Liderou o projeto de construção da nova igreja da Ribeira Chã, inaugurada a 1 de maio de 1967, e foi o grande impulsionador da criação do Centro Social Paroquial, das exposições de arte popular, da fundação dos núcleos museológicos locais e da publicação do Boletim Paroquial Despertar, bem como de várias obras literárias”, refere o diploma que define as insígnias a atribuir este ano.

“O seu exemplo de dedicação, sendo sempre o primeiro no trabalho e o último no descanso, moldou gerações e sedimentou um legado de serviço à comunidade que ultrapassou largamente o campo religioso. O seu empenho foi reconhecido em vida com distinções como o título de Oficial da Ordem de Benemerência, atribuído pelo Presidente da República em 1967, e o título de Cidadão Honorário da Lagoa, além da Medalha de Ouro do Município de Lagoa e diversas outras homenagens” prossegue.

Após a sua morte, em 1998, continuou a ser lembrado e homenageado pela comunidade e pelas entidades regionais, nomeadamente através de um voto de pesar da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e da inauguração de uma estátua na Ribeira Chã, perpetuando o seu nome e legado.

Durante esta sessão solene serão distinguidas, entre outras, a RTP Açores, personalidades civis como Gualter furtado, ex secretário das Finanças e ex presidente do Conselho Económico e Social e o professor Miguel Monjardino, um dos mais reputados analistas de Política Internacional. Contam-se entre os homenageados, ainda, bandas filarmónicas, clubes de futebol e os bombeiros da Ribeira Grande.

As comemorações do Dia da Região, abertas à população, prosseguem com o tradicional almoço das Sopas em Honra do Divino Espírito Santo, que será servido na tenda junto à Marina da Praia da Vitória e acompanhado pela atuação da Filarmónica União Praiense.

Recorde-se que estas comemorações são uma organização conjunta da Assembleia Legislativa e do Governo Regional, na sequência da instituição do Dia da Região Autónoma dos Açores pelo Parlamento açoriano em 1980, através do Decreto Regional n.º 13/80/A, de 21 de agosto, para comemorar a Açorianidade e a Autonomia.

As insígnias visam distinguir, em vida ou a título póstumo, os cidadãos e as pessoas colectivas que se notabilizarem por méritos pessoais ou institucionais, actos, feitos cívicos ou por serviços prestados à Região. Volvidos mais de 20 anos sobre a sua criação, as insígnias honoríficas contribuem para a consolidação da identidade histórica, cultural e política do povo açoriano, estimulando a continuidade de feitos, méritos e virtudes com relevo na construção do património insular.

O Dia da região foi instituído a 21 de março de 1980 tendo sido definido que seria a segunda-feira do Espírito Santo.

 

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