Reitor do Santuário da Serreta desafia peregrinos a “ouvir os gemidos” de quem sofre e a “deixar-se comover” com os que choram e morrem no mundo atual

 

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Festa da Serreta começou a 1 de setembro, com o novenário que tem como tema «Jovem, Eu te digo, levanta-te! » e prolonga-se até dia 12

O reitor do Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, na Serreta, ilha Terceira, desafia os peregrinos a serem fonte geradora de vida, atentos aos que sofrem e estão isolados devido à cultura dominante.

“Vós, peregrinos, podeis aproximar-vos das realidades de sofrimento e morte que encontrais, podeis tocá-las e gerar vida como Jesus” afirma o padre João Pires numa mensagem enviada ao Igreja Açores, dirigida aos peregrinos.

“Numa cultura que quer as pessoas isoladas e debruçadas sobre mundos virtuais, façamos circular esta palavra de Jesus: «Levanta-te», ou seja, «sonha», «arrisca», «esforça-te por mudar o mundo», reacende os teus desejos, contempla o céu, as estrelas, o mundo ao teu redor. «Levanta-te e torna-te aquilo que és»” afirma o sacerdote recordando o tema da peregrinação deste ano, inspirada no episódio da visitação de Maria à prima Isabel, no Evangelho de Lucas e alinhada com o momento que a Igreja vive em Portugal, ainda no rescaldo da Jornada Mundial da Juventude.

“Isso é possível, graças ao Espírito Santo, se primeiro fordes tocados vós pelo seu amor, se o vosso coração se deixar enternecer pela experiência da sua bondade para convosco. Ora, se sentirdes dentro de vós esta ternura apaixonada de Deus por cada criatura viva, especialmente pelo irmão faminto, sedento, enfermo, nu, encarcerado, então podereis aproximar-vos como Ele, tocar como Ele e transmitir a sua vida aos vossos amigos que estão mortos por dentro, que sofrem ou perderam a fé e a esperança”, prossegue o sacerdote.

“Por cada filho seu que morre, morre também a Igreja; e por cada filho que ressuscita, também a Igreja ressuscita”, acrescenta ainda.

“Queridos peregrinos, não deixeis que vos roubem esta sensibilidade. Oxalá ouçais sempre o gemido de quem sofre; oxalá vos deixeis comover por aqueles que choram e morrem no mundo actual”, escreve o padre João Pires, concluindo que “um sinal de proximidade, mesmo simples mas concreto, pode reacender a Vida”.

De 1 de Setembro a 12 de Setembro o Santuário abre às 08h00 e encerra às 24h00. Do dia 8 de Setembro para o dia 9 e do dia 9 de Setembro para o dia 10 o Santuário não encerra.

No dia 10 de Setembro serão celebradas missas às 00h30, às 06h00, às 09h00, às 11h00m e às 16h00. A missa das 16h00 será presidida pelo bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues e terá transmissão através da VITECAzoresTv – Canal 167 da MEO e Canal 169 da NOS Açores.

Durante o novenário o Santuário terá, entre as 16h00 e as 20h00, sacerdotes para acolherem os peregrinos no sacramento da reconciliação.

“Os peregrinos que se desloquem a pé façam-no com segurança e cuidados de saúde (calçado adequado, hidratação, condições meteorológicas, etc…), e com equipamentos que facilitem a sua visibilidade por condutores (o colecto reflector será bom auxiliar)” refere o Reitor.

“Pede-se aos peregrinos que tenham em atenção a conservação e limpeza do meio ambiente, um peregrino também deve testemunhar o respeito para com a natureza” sintonizando, assim, esta peregrinação com esse grande desafio do cuidado pela Casa Comum, expressa em tantos documentos da Igreja, particularmente escritos pelo Papa Francisco.

“Aos condutores pede-se atenção redobrada nestes dias em que muitos milhares de peregrinos percorrem os caminhos que levam à Serreta”, refere ainda a mensagem do padre João Pires.

Na sexta-feira, dia 8 de Setembro, das 19h00 à 01h00 haverá fecho parcial de trânsito (sentido único) e no Sábado, dia 9 de Setembro, das 18h00 às 02h00 e no Domingo, dia 10 de Setembro, das 14h00 às 20h00 e das 21h00 à 01h00 o trânsito não será permitido no caminho principal junto ao Santuário, daí que as pessoas com mais dificuldades de locomoção, desejando ir ao Santuário, o devem fazer com alguma antecedência.

A festa de Nossa senhora dos Milagres teve origem no século XVII e está ligada a vários momentos difíceis da história do arquipélago e de Portugal, com as comunidades a virarem a sua esperança para Maria.

“Se esta peregrinação começou com um pedido de intercessão ou protecção contra a guerra, hoje as orações das pessoas vão sobretudo ao encontro de dificuldades sociais como o flagelo do desemprego e a precariedade no trabalho, a falta de perspectiva futura que atormenta os jovens, a doença, a crise nas famílias” lembra ainda o sacerdote responsável por este Santuário Mariano diocesano.

A mensagem termina com uma prece: “A Virgem Maria, sob a invocação de Senhora dos Milagres, Estrela da manha, continua com a sua mão aberta a oferecer-nos Jesus, Caminho, Verdade e Vida e com a outra mão a indicar-nos a Eucaristia e a meditação do Santo Rosário, os meios para todos os homens e mulheres de boa vontade que sonham com um mundo melhor, um mundo Novo operado pela força libertadora do Evangelho”.

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