Reitor do Seminário diz que apelo às vocações tem que ser contínuo e com base no testemunho

Semana dos Seminários termina domingo com o lema “Para que Cristo se forme em nós”.

Embora o balanço imediato seja “difícil” o Reitor do Seminário Episcopal de Angra, Pe Hélder Miranda Alexandre, considera que a semana dos seminários, durante a qual se apela ao “discernimento vocacional” e que termina amanhã, é “fundamental” e “tem dado frutos”.

A proximidade e a possibilidade de contato direto com os seminaristas, quer através de ações pastorais quer nesta semana durante a qual percorreram diferentes paróquias, escolas e centros catequéticos nas ilhas de São Miguel, Pico, Faial e São Jorge, “para darem o testemunho” através de trabalhos realizados sob a orientação dos professores “são momentos muito importantes”, disse Hélder Alexandre este sábado ao Portal da Diocese.

“Julgo que a proximidade é um dos segredos do nosso Seminário”, acrescenta, enaltecendo o papel desenvolvido pelos sacerdotes, “sobretudo os mais novos”, que “têm vindo a demonstrar um grande empenho” no estímulo de vocações.

“Não temos muito a lamentar, sobretudo porque os padres mais novos estão mais atentos a esta questão e, mais importante do que ações mediáticas de grande fôlego, o testemunho, a identificação, a proximidade podem despoletar mais vocações”, conclui.

Para o reitor do Seminário trata-se de um “trabalho contínuo”, por vezes “escondido”, mas que “por ser mais próximo é mais eficaz do que as ações junto dos grupos de jovens, onde tudo pode ficar muito superficial”.

Este ano letivo de 2013/2014 entraram para o Seminário Episcopal de Angra sete novos alunos, todos oriundos de São Miguel.

“É a ilha que tem dado mais seminaristas, talvez porque é aquela que tem também padres mais novos”, diz o Reitor lembrando que é das paróquias lideradas por esta geração sacerdotal mais recente que “nascem mais vocações”.

Recorde-se que, numa alusão à semana dos Seminários, na homília da celebração eucarística realizada no dia da Diocese, o Bispo de Angra apelou às vocações dizendo que elas são “absolutamente” necessárias para prosseguir o trabalho do Pastor.

“O Bispo não pode espalhar a Boa Nova sem a ajuda do presbitério, que são os padres. Por isso, Pedi ao senhor da messe que mande operários”.

Também o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, D. Virgílio Antunes, disse à Agência ECCLESIA que a ação pastoral neste setor “é um dos grandes desafios” que a Igreja tem de enfrentar hoje.

“A pastoral das vocações sacerdotais é um dos lugares em que podemos manifestar a força da nossa fé e da nossa esperança, até porque esta questão está envolta por um conjunto de dificuldades que são próprias do tempo em que nós vivemos”, declarou o bispo de Coimbra.

Segundo este responsável, a alusão à “crise de vocações” resulta de uma linguagem “marcada por algum desânimo, falta de confiança, de esperança”.

“O caminho não é falar de crise, é falar de trabalho a realizar, de modos e de meios, de experiência que levem à descoberta da vocação sacerdotal por parte dos jovens”, destacou o bispo de Coimbra.

O prelado admite que se vive um momento em que as decisões “tendem a ser adiadas”, o que acaba por “repercutir-se nas entradas no Seminário”.

Uma opção que hoje vai para lá do “ponto de vista económico, do estatuto social”.

“Penso que os jovens, quando avançam, é por uma consciência de fé e uma descoberta vocacional”, sustenta D. Virgílio Antunes.

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