Santo Cristo dos Terceiros volta às ruas da Ribeira Grande com o foco na candidatura ao Inventário Nacional do Património Imaterial

 

Foto: Cinco encapuzados na procissão do Santo Cristo dos Terceiros/IA/CR

Esta celebração acontece desde 1664 e a sua organização integra os estatutos da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande

A Procissão do Senhor Santo Cristo dos Terceiros, na Ribeira Grande, voltou a sair este domingo, desta feita com a atenção centrada na recolha de imagens e testemunhos que possam sustentar a candidatura desta manifestação de penitência ao Inventário Nacional do Património Imaterial, onde quer ver-se inscrita.

Dez andores, com os tradicionais `santos de vestir´, saíram hoje à rua carregados por homens e mulheres, sendo o andor do Senhor Santo Cristo dos Terceiros precedido de cinco penitentes encapuzados- transportando a caveira, as cinzas, o lenho, a lanterna e a corda da flagelação- o que só acontece nesta procissão e na que é promovida em Mafra pelo Convento.

“Esta Procissão tem características muito próprias, desde logo as suas imagens  que contam a história das três ordens Franciscanas; são imagens de vestir que são preparadas pela comunidade. No primeiro domingo da Quaresma a comunidade veste e adorna as imagens  e fá-las circular. Associado a isto há tradições que se preservam, como os encapuzados que eram irmãos terceiros penitentes atrás da imagem do Santo Cristo” adianta ao Igreja Açores Duarte Chaves, Diretor Regional da Cultura e antigo diretor do Museu Vivo do Franciscanismo, que está a desenvolver com a Câmara da Ribeira Grande e a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande esta candidatura.

 

Esta manifestação acontece desde 1664- completa agora 360 anos-  com carácter permanente, durante a maior parte do tempo imposta pelos Irmãos da Ordem Terceira Franciscana da Penitência e, a partir de  1930, com a extinção da Ordem Terceira, passou para a santa Casa da Misericórdia e mais tarde para a CM da Ribeira Grande.

Nelson Correia, Provedor da Santa Casa da Misericórdia, diz que colocar esta procissão na rua, anualmente, é uma obrigação estatutária.

“Este ano, particularmente, tivemos  um empenho redobrado devido ao trabalho de fundamentação da candidatura e por isso mobilizamos 215 funcionários da Santa Casa e fizemos tudo para que as imagens pudessem sair todas”, disse ao Igreja Açores.

Esta candidatura decorre a par de uma outra, semelhante da Madeira, que se realiza em Câmara de Lobos, a Procissão de Penitência de São Bernardino.

Antes da Procissão foi celebrada uma Missa, presidida pelo Reitor do Santuário Diocesano do Senhor Santo Cristo dos Milagres, cónego Manuel Carlos Alves.

Além da candidatura desta Procissão , a Direção Regional da Cultura quer inscrever no Inventário Nacional do património Imaterial a Viola da terra e os Balinhos da Ilha Terceira.

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