Semana dos Seminários serviu para “testemunharmos o nosso sim” e “desafiarmos outros jovens a encontrar a sua vocação”

Os seminaristas Aurélio Sousa e Jorge Sousa estiveram na ilha Graciosa

Todos “nascemos vocacionados” e o grande desafio passa “por sermos agentes na descoberta do chamamento que sentimos”, foi o que disseram aos jovens da Graciosa Aurélio Sousa e Jorge Sousa, dois dos seminaristas que durante a Semana dos Seminários estiveram num périplo por diferentes ouvidorias da diocese de Angra, neste caso a da Graciosa.

“Suscitar artérias para manter vivo o coração da diocese é o nosso grande objetivo nesta semana de intenso testemunho e partilha vocacional” disse ao Sítio Igreja Açores Aurélio Sousa, natural das Sete Cidades, na ilha de São Miguel, a frequentar neste momento o segundo ano do Seminário Episcopal de Angra.

“ Dar a entender que Deus chama os mais simples e inesperados servidores para a sua Igreja, abrir aos jovens a possibilidade desta escolha fazendo-os entender que não é nada mais do que uma pura e total entrega à felicidade e à plena realização” foi o teor da mensagem passada a várias jovens que frequentam aulas de Educação Moral e Religiosa Católica do primeiro ao terceiro ciclo, na ilha branca.

“Foi muito gratificante” diz, por seu lado, Jorge Sousa, aluno do primeiro ano, natural de Ponta Garça, também na ilha de São Miguel.

“A curiosidade das crianças e dos jovens pela novidade que trazemos, a atenção dispensada de quem nos ouve quando damos o nosso testemunho vocacional é, de facto, uma semana de responsabilidade diz o aluno mais velho do Seminário.

“A Semana dos Seminários tem também o objetivo de mostrar que somos jovens iguais aos que nos ouvem, que viemos de uma família, que viemos de uma comunidade, mas tivemos coragem de responder “sim” ao chamamento de Jesus” precisa Jorge Sousa.

Os temas ligados à pastoral vocacional- vocações, discernimento, escolhas- foram os mais abordados através dos testemunhos destes dois seminaristas.

“Todos nós nascemos vocacionados a algo e temos de ser agentes ativos na descoberta do chamamento que sentimos. Ninguém pode ficar indiferente a um projeto de vida, nem deixar que os outros decidam por nós. Daí ser importante cada um abordar a temática da sua vocação e discerni-la, para que a vida tenha sentido”, adiantam ambos.

Os dois jovens seminaristas tiveram uma especial atenção aos alunos do 9º ano de escolaridade, que em breve serão convidados a optarem por uma área de estudo. Foi-lhes dada a informação de que, a partir do próximo ano letivo, poderão realizar o ensino secundário vivendo no Seminário, ou seja, completam o secundário no ensino regular e, paralelamente, são acompanhados pelo próprio seminário, numa caminhada de discernimento vocacional, que os poderá ajudar, posteriormente, na tomada de decisão quanto a um rumo sacerdotal.

Os seminaristas também visitaram a sede dos Escuteiros do Guadalupe que, de forma mais dinâmica, desenvolveram atividades didáticas, próprias do escutismo. No ATL e Centro de Dia dos Idosos do Centro Paroquial e Social da Luz, foi valorizado o papel dos avós dos dois seminaristas na educação cristã de ambos.

“As nossas avós foram as nossas primeiras catequistas, que despendiam do seu tempo para nos ensinar a rezar e transmitirem o valor da oração” e a do Aurélio “Chegava a improvisar paramentos para ele improvisar a celebração de missas”, contou.

Na sexta-feira, realizou-se a Vigília de Oração pelos Seminários, na Ermida de Nossa Senhora do Livramento, no lugar da Fonte do Mato, organizada pela Pastoral Juvenil da Ilha Graciosa e presidida pelo Ouvidor Padre Sérgio Mendonça, onde também esteve presente o Padre João Paulo Brasil, que, para além de pároco da zona da Praia, é o docente da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica da ilha.

No domingo, os seminaristas participaram nas eucaristias das paróquias e curatos, cujas homilias foram substituídas pelos seus testemunhos vocacionais.

Refletiram sobre a importância da família como “a primeira vocação, onde tudo nasce” e afirmaram que “a família cristã não deve ser um entrave” a uma vocação sacerdotal, “pelo contrário, a família tem de apoiar e sentir-se feliz e orgulhosa, no bom sentido da palavra, por dar um filho à Igreja”.

Ainda nas eucarísticas, foi lançado o repto às comunidades para rezarem pelos seus párocos, pelas vocações sacerdotais e religiosas, recordando que “a messe é grande e são cada vez menos os colaboradores”.

(Com a colaboração de Aurélio Sousa e Jorge Sousa)

Scroll to Top