Dia dos bens culturais da Igreja celebra-se a 18 de outubro. Em Vila Franca do Campo haverá uma sessão formativa promovida em parceria pelo Serviço Diocesano e a Igreja Matriz de Vila Franca
Foto:Igreja Açores/CR

Trabalhar os bens culturais salientando o seu valor na ótica da catequese é um dos principais objetivos do Serviço dos bens Culturais da Igreja que no próximo dia 17 promove, em parceria com a Igreja Matriz de Vila Franca do Campo, uma sessão formativa integrada no dia dos bens Culturais, que se celebra a 18 de outubro. A sessão abordará a importância dos museus de arte sacra e das peças de cariz religioso na expressão do sagrado e na dinamização do divino, num trabalho de Joana Simas, investigadora e membro da equipa dos Bens Culturais.
“Este dia é bastante importante porque é uma celebração transnacional e que permite a todos nós como crentes, como agentes ligados à Igreja e à sua história, às suas manifestações, celebrar aquilo que é uma das expressões mais relevantes da história da Igreja desde sempre, que é o património religioso, quer os edifícios, quer os objetos que nos acompanham ao longo do nosso ano, das atividades litúrgicas e, portanto, é tentar chamar a atenção para a importância que estes objetos têm na vida religiosa e na vida da Igreja” afirma Susana Goulart Costa, responsável por este Serviço Diocesano que está apostado na promoção de uma ética que valorize os bens culturais e os coloque ao serviço da evangelização e do diálogo com a cultura do mundo.
“Nos últimos tempos tem sido feito um trabalho de grande incentivo e de grande dinamização, tentando sensibilizar as comunidades para a importância dos seus bens”, afirma a dirigente, acrescentando que ainda existem algumas áreas “que podem ser desenvolvidas, nomeadamente a nível da formação, da sensibilização, por exemplo, uma área que me parece bastante interessante e muito promissora é trabalhar em articulação com a área da catequese”.
“Os objetos não são meros objetos, mas parte da história da Igreja, da história das comunidades e são uma expressão de fé, são uma expressão de respeito e de amor para com o divino e ultimamente quer com inventários, quer com formações, quer com a tentativa até do ponto de vista de dinamizar aquilo que nós poderemos designar como um turismo religioso, eu penso que a Igreja tem dado passos bastante acentuados na defesa e na promoção do seu património”, sublinha Susana Goulart Costa.
Questionada sobre a forma como esse diálogo é promovido pela Igreja, num contexto de uma maior secularização e dificuldade da Igreja em integrar-se e relacionar-se com alguns sectores da Cultura, Susana Goulart Costa recorda que apesar das dificuldades há trabalho feito que pode ser aprofundado.
“Mesmo cientes de que a fé tem os seus padrões e que há tensões muitas vezes com as tendências culturais de uma sociedade woke, o diálogo é incontornável”, afirma a docente da Universidade dos Açores.
O Serviço Diocesano já tem programadas duas ações concretas ao longo do ano pastoral. A primeira prende-se com uma formação para Guias Turísticos que será promovida em parceria com a Associação, na ilha terceira, onde além do valor do património se abordará a temática de como visitar uma Igreja. Esta formação destina-se sobretudo a guias turísticos e já foi feita em São Miguel.
Por outro lado, o inventário das paróquias vai continuar a ser estimulado e incentivado de forma a que se conheça todo o património existente.
E uma “terceira linha”, que “queríamos mesmo amadurecer em 2026 é a questão dos santuários”.
“Estamos a fazer o inventário do Convento de Nossa Senhora da Esperança e vamos, de facto, em 2026 tentar desenvolver um projeto de consolidação do turismo cultural e da rota dos santuários na região autónoma dos Açores, que me parece bastante relevante” disse ainda Susana Goulart Costa.
O Dia dos Bens Culturais será assinalado de forma particular a 17 de outubro no Centro Pastoral da Vila, a partir das 20h00. A iniciativa é aberta a todos.