Em todas as ilhas há pelo menos uma missa com este santo que soleniza o momento

À semelhança do que acontece todos os anos, muitas comunidades cristãs da Diocese preparam-se para encerrar o ano civil com a celebração solene do Te Deum, um hino antigo de louvor e ação de graças, tradicionalmente cantado nas missas do dia 31 de dezembro.
Em declarações ao Igreja Açores, o padre Ricardo Henriques explica que o Te Deum é uma forma de oração profundamente enraizada na tradição da Igreja. Trata-se, segundo o sacerdote, de “um hino bastante antigo de agradecimento ao Pai, com uma estrutura muito rica do ponto de vista doutrinal e teológico, que se dirige ao Pai, a Jesus Cristo, e inclui várias súplicas feitas através da Igreja, dos apóstolos e da própria comunidade cristã”.
O Te Deum é também uma afirmação clara da fé cristã, enfatiza o presbítero, sublinhando a evocação dos grandes mistérios centrais do cristianismo, como a divindade de Jesus Cristo, a encarnação, a redenção, a ressurreição e a sua glorificação à direita do Pai. A expressão latina Te Deum laudamus, que significa “A vós, ó Deus, louvamos”, explica porque, de forma popular, muitas pessoas dizem no dia 31 de dezembro: “vou ao Te Deum”, referindo-se à missa vespertina de ação de graças pelo ano que termina.
Do ponto de vista histórico, este hino esteve frequentemente associado a acontecimentos marcantes da vida dos povos, como vitórias militares, coroações de reis ou tratados de paz, momentos que levavam ao louvor público e solene a Deus. Com o passar do tempo, o Te Deum tornou-se também uma importante expressão musical, destacando-se o célebre Te Deum de Marc-Antoine Charpentier, composto entre o final do século XVII e o início do século XVIII, cujo prelúdio é hoje conhecido mundialmente como o tema da Eurovisão.
Apesar da sua importância espiritual e cultural, o padre Ricardo Henriques reconhece que o canto do Te Deum perdeu alguma expressão em várias comunidades, sobretudo após a reforma litúrgica e a passagem generalizada do latim para o português. Ainda assim, sublinha que algumas igrejas mantêm este “bom hábito de agradecer o ano que termina através do louvor solene a Deus.”
Na Diocese, várias paróquias continuam a celebrar o encerramento do ano com missas solenizadas com o canto do Te Deum. Na ilha de São Miguel, em Vila Franca do Campo, a celebração realiza-se às 20h00. Em Ponta Delgada, haverá Te Deum na igreja de São José, às 18h00, e na Matriz de São Sebastião, às 18h30. Na Ouvidoria de Capelas, o hino será cantado em Santa Bárbara, às 18h00, em Santo António, às 19h30, nos Fenais da Luz, às 19h00, em São Vicente, às 20h30, e em Capelas, às 19h30, tendo havido ainda celebrações na zona da Bretanha, ontem e hoje.
Na Ribeira Grande, haverá celebrações na Ribeirinha, às 18h00, na Matriz, às 19h00, na Conceição, às 19h30, em Santa Bárbara, às 20h00, e na Ribeira Seca, às 20h30. Em Santa Maria, o Te Deum será cantado na Matriz, às 19h00. Na ilha do Pico, o Te Deum será cantado na Madalena, na missa das 18h30.
No Faial, na Ouvidoria da Horta, no dia 31 de dezembro, o Te Deum será cantado em Pedro Miguel, às 18h00, na Matriz, às 18h30, e na Praia do Almoxarife, às 19h30. Já no dia 1 de janeiro, será celebrado nas Angústias, às 11h00, e nos Cedros, às 12h00.
Apesar de não ser muito tradicional na ouvidoria de São Jorge, haverá missa com exposição Santíssimo e Te Deum na Unidade Pastoral do Topo, no Cruzal às 17h30 e na Unidade pastoral do Sul na Ribeira do Nabo às 17h (aqui o Te Deum será rezado em português).
Por fim, na Ouvidoria dos Fenais da Vera Cruz, haverá Te Deum nas localidades de Porto Formoso, São Brás, Maia, Lombinha da Maia, Lomba da Maia e Fenais da Ajuda.
O Te Deum permanece, assim, como um sinal de gratidão e louvor, ajudando os fiéis a concluir o ano civil com um olhar de fé sobre o passado e de esperança no futuro.