“Todas as vidas são preciosas”, diz o Papa, sublinhando esperança da Páscoa

O Papa apelou hoje, na sua mensagem pascal, à defesa da vida, sublinhando a esperança que a celebração da Páscoa traz a todo o mundo.

“Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida! Deus criou-nos para a vida e quer que a humanidade ressurja! Aos seus olhos, todas as vidas são preciosas”, referiu, num texto lido desde a varanda central da Basílica de São Pedro, antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo].

“Tanto a da criança no ventre da mãe, como a do idoso ou a do doente, considerados como pessoas a descartar num número cada vez maior de países”, acrescenta a mensagem.

Ainda em convalescença, o Papa esteve ausente da Missa de Domingo de Páscoa, para a qual escreveu a homilia, e acompanhou a leitura da sua mensagem pascal, numa cadeira de rodas.

“Caros irmãos e irmãs, boa Páscoa”, disse Francisco, antes de pedir a D. Diego Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, para proferir o texto.

“O amor venceu o ódio. A luz venceu as trevas. A verdade venceu a mentira. O perdão venceu a vingança. O mal não desapareceu da nossa história e permanecerá até ao fim, mas já não lhe pertence o domínio, não tem qualquer poder sobre quem acolhe a graça deste dia”, indica o texto, divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé.

A intervenção foi transmitida à escala global, para milhões de pessoas, com emissão televisiva em vários países, incluindo Portugal.

No Domingo de Páscoa, dia da festa mais importante para a Igreja Católica, que assinala a ressurreição de Jesus, a mensagem papal evocou “o Aleluia, que corre de boca em boca, de coração a coração”.

“Irmãs e irmãos, especialmente vós que passais pela dor e pela angústia, o vosso grito silencioso foi ouvido, as vossas lágrimas foram recolhidas e nem sequer uma só se perdeu”, assinalou.

O Papa apresentou a ressurreição de Jesus como “fundamento da esperança”, que é “comprometida” e “responsabilizadora”.

“Neste dia, gostaria que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros, mesmo naqueles que não nos são próximos ou que vêm de terras distantes com usos, modos de vida, ideias e costumes diferentes dos que nos são familiares, porque somos todos filhos de Deus”, desejou.

“Quanto desejo de morte vemos todos os dias em tantos conflitos que ocorrem em diferentes partes do mundo! Quanta violência vemos com frequência também nas famílias, dirigida contra as mulheres ou as crianças! Quanto desprezo se sente por vezes em relação aos mais fracos, marginalizados e migrantes!”

A cerimónia contou com a presença de dezenas de milhares de peregrinos e foi precedida pela execução dos hinos do Vaticano e da Itália, pelas bandas da Gendarmaria Pontifícia e dos Carabinieri, com as saudações militares da Guarda Suíça e das Forças Armadas italianas.

Francisco permaneceu na varanda da  Basílica de São Pedro durante cerca de 20 minutos, tendo concedido a bênção apostólica a todos os participantes.

(Com Ecclesia e Vatican News)

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