Turismo religioso deve ser encarado sem «superficialidade»

D. Jorge Ortiga afirma que este «fenómeno novo» é um «desafio» para a evangelização.

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (CEPSMH), D. Jorge Ortiga, afirmou hoje que o turismo religioso é um “fenómeno novo carregado de ambiguidade” que oferece “variadíssimas oportunidades para evangelizar”.

 

“Ninguém se pode iludir. Para muitos ele (o turismo religioso )é uma simples oportunidade que está na moda para atrair e diversificar os conteúdos de viagens. Só que para a Igreja, torna-se um desafio”, afirmou D. Jorge Ortiga nas Jornadas de Pastoral de Turismo que decorrem até este sábado em Fátima.

 

Para o arcebispo de Braga, o crescimento deste setor na indústria do turismo desafia a Igreja e a criar projetos e conteúdos que permitam à comunidade, aos guias e aos turistas “uma diferenciação real e intencional” quando o destino ou o local de visita está relacionado com o sagrado.

 

“Não é difícil cair no erro de, inseridos em todo um mundo de mobilidade humana, provocar uma verdadeira confusão entre a alegria de conhecer realidades novas, momentos ou lugares singulares de ímpar beleza natural, sem sublinhar uma diferenciação real e intencional onde, na comparação, se estabelecem os critérios constitutivos dum verdadeiro turismo que, aliando o cultural ao espiritual, se apercebe que há algo de particular”, afirmou D. Jorge Ortiga.

 

O presidente da CEPSMH considera que acompanhar o desenvolvimento do turismo religioso é uma “tarefa que exigirá não pouco trabalho à Igreja” e que deve ser encarado não com a “superficialidade que, muitas vezes acompanham o agir pastoral da Igreja”

 

“Chega-se tarde e quando já não é possível exercer a influência em campos ocupados ou apresentar experiências inéditas mas sedutoras”, recorda o arcebispo de Braga responsável pela comissão da Conferência Episcopal Portuguesa que coordena o trabalha da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, promotora das Jornadas sobre o tema “Dimensão Evangelizadora do Turismo”.

 

“As ambiguidades do Turismo Religioso devem tornar-se oportunidade se soubermos oferecer os espaços Religiosos como proposta de Evangelização e mesmo catequética”, afirmou D. Jorge Ortiga.

 

Para o presidente da CEPSMH, é necessário criar “comunhão” entre os turistas, os guias e os espaços de acolhimento, que capaz de “delinear trajetórias para um Turismo Religioso que não se resume à visita e apresentação dos espaços sagrados”

 

D. Jorge Ortiga considera que “a sintonia com os turistas pode tornar-se, sem o mínimo espírito de proselitismo, oportunidade para entrar na Palavra de Deus”.

 

“Não podemos eludir-nos e ceder à tentação. Importa reagir. Somos detentores dum património cultural que nos identifica e devemos ser capazes de o comunicar com entusiasmo e convicção”, afirmou o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana na conferência sobre o tema “Dimensão evangelizadora e catequética dos espaços religiosos” nas Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo.

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