
O Papa Leão XIV presidiu hoje à Missa da Noite de Natal e convidou, na homilia, a admirar a “sabedoria” do presépio, afirmando que só há espaço para Deus quando já há espaço para o homem.
“Na terra não há espaço para Deus se não houver espaço para o homem: não acolher um significa não acolher o outro. Em vez disso, onde há lugar para o homem, há lugar para Deus: então um estábulo pode tornar-se mais sagrado do que um templo e o ventre da Virgem Maria é a arca da nova aliança”, disse Leão XIV, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
“Caríssimos, admiremos a sabedoria do Natal. No Menino Jesus, Deus dá ao mundo uma vida nova: a sua, para todos. Não uma ideia que resolve todos os problemas, mas uma história de amor que nos envolve”.
Leão XIV lembrou que “perante as expectativas dos povos, Ele envia um bebé, para que seja palavra de esperança; perante a dor dos miseráveis, Ele envia um indefeso, para que seja força para se levantarem; perante a violência e a opressão, Ele acende uma luz suave que ilumina com a salvação todos os filhos deste mundo”.
“Sim, enquanto uma economia distorcida leva a tratar os homens como mercadoria, Deus torna-se semelhante a nós, revelando a infinita dignidade de cada pessoa. Enquanto o homem quer tornar-se Deus para dominar o próximo, Deus quer tornar-se homem para nos libertar de toda a escravidão”, sublinhou.
O Papa lembrou que “não há trevas” que a estrela do Natal não ilumine, acrescentando que “à sua luz toda a humanidade vê a aurora de uma existência nova e eterna”.
“Nasce na noite Aquele que da noite nos resgata”, afirmou.
O Papa lembrou que “para encontrar o Salvador, não é preciso olhar para cima, mas contemplar o que está em baixo”, referindo que “a onipotência de Deus resplandece na impotência de um recém-nascido” e a “eloquência do Verbo eterno ressoa no primeiro choro de um bebé”.
Leão XIV recordou o início do Jubileu 2025, na noite do dia 24 de dezembro de 2024, afirmando que, quando se aproxima o seu termo, o Natal é “um tempo de gratidão e missão”: “gratidão pelo dom recebido, missão para o testemunhar ao mundo”.
Na Basílica de São Pedro, o Papa afirmou que a alegria do Natal “é festa da fé, da caridade e da esperança”.
“É festa da fé, porque Deus se faz homem, nascendo de uma Virgem. É festa da caridade, porque o dom do Filho redentor se realiza na dedicação fraterna. É festa da esperança, porque o Menino Jesus a acende em nós, tornando-nos mensageiros da paz”, indicou.
Antes do início da celebração, o Papa saudou os peregrinos presentes na Praça de São Pedro, que acompanharam a Eucaristia através dos ecrãs instalados nas ruas.
“A Basílica de São Pedro é uma basílica muito grande, é muito grande, mas infelizmente não é grande o suficiente para receber todos vós. Admiro, respeito e agradeço a vossa coragem e disposição para estar aqui esta noite”, expressou.
Leão XIV valorizou a presença de todos, que mesmo debaixo de chuva não deixaram de se deslocar até ao Vaticano.
“Queremos celebrar juntos a festa do Natal. Jesus Cristo, que nasceu por nós, traz-nos a paz, traz-nos o amor de Deus”, referiu, informa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.
O Papa Leão XIV presidiu hoje à Missa da Noite de Natal, na Basílica de São Pedro, participada por cerca de seis mil pessoas, e preside esta quinta-feira, 25 de dezembro, à Missa do Dia do Natal do Senhor, dirigindo depois a mensagem de Natal “Urbi et Orbi”.
(Com Ecclesia)