Diocese aguarda novo bispo um ano depois da saída de D. João Lavrador

Ano pastoral arranca com formação do clero e, até à data, sem novo bispo

O novo ano pastoral na diocese de Angra, ainda em sede vacante desde o dia 21 de setembro de 2021, arranca com a formação dirigida a todo o clero diocesano e religiosos que desenvolvem a sua missão nos Açores nos dias 19, 20 e 21 de setembro, com os encontros na Horta, Ponta Delgada e Angra, convocados pelo Administrador Diocesano.

Os três encontros iniciam-se na Horta, no dia 19 de setembro, entre as 10h00 e as 17h00, no Centro Pastoral do Bom Pastor. Prosseguem no dia 20 em Ponta Delgada, no Centro Pastoral Pio XII, no mesmo período e terminam em Angra, no dia 21, no Centro Pastoral João Baptista Machado.

Os encontros “nas áreas da espiritualidade, liturgia e pastoral” pretendem dar continuidade ao trabalho de preparação do novo ano pastoral, mas os ouvidores das três maiores ouvidorias – Ponta Delgada, Angra e Horta- reconhecem que a ausência de um bispo no arranque de mais um ano pastoral pode condicionar a mobilização dos vários agentes.

“Continuando em sede vacante não se vislumbra em termos pastorais uma temática comum que seja mobilizadora dos agentes pastorais” disse ao Igreja Açoress o ouvidor de Angra, padre Ricardo Henriques.

“Os anos anteriores foram marcados pela sinodalidade; a fase diocesana centrada na comunhão, participação e missão também veio trazer alguma reflexão, mas é preciso mais algum factor que constitua uma novidade” referiu ainda o sacerdote que é o Diretor do Serviço Diocesano da Pastoral das Comunicações Sociais.

“Quanto mais tempo houver de sede vacante menor disponibilidade e mobilização haverá para prosseguir um plano conjunto” referiu ainda.

Também o ouvidor de Ponta Delgada sublinha que há um nova realidade “social e económica” na diocese, decorrente da pandemia que “desafia a Igreja a fazer diferente”.

“O ideal seria recomeçarmos com uma palavra do principal apóstolo, que é o Bispo.

Temos muitos problemas em aberto mas temos de olhar para eles em conjunto” referiu ainda frisando que “a toda a hora esperamos que seja nomeado um novo prelado para a nossa diocese”.

“Seria uma bela noticia e necessária. Vamos recomeçar juntos e juntos esperamos pela nomeação de um novo bispo”.

Esta é também a opinião do ouvidor da Horta que refere não ser este o tempo “de planificações”.

“Devemos deixar tudo em aberto; este não é o tempo indicado para fazer grandes planificações para que quem vem possa ter o caminho aberto, sem grandes constrangimentos a partir de um plano” referiu ao Igreja Açores o padre Marco Luciano Carvalho.

“É altura de esperarmos quem vem e deixarmos o caminho em aberto e que através de um casamento duradouro entre nós e quem vier possamos caminhar em conjunto” disse ainda.

“Nós ficamos numa situação complicada; esta diocese não pode ser um trampolim para outras dioceses” refere.

“Somos uma diocese com históri e quem vem tem que perceber que esta diocese já existe há muito tempo, que temos história, cultura e tradições de forma a que as conclusões da caminhada sinodal, que nos interpelam a rever alguns procedimentos, nos levem a fazer as coisas de outro modo”, concluiu o sacerdote que é reitor da Igreja do Carmo e pároco da Matriz da Horta e da paróquia dos Flamengos.

Na carta escrita em julho a todo o clero diocesano, o cónego Hélder Fonseca Mendes lamentava a situação de sede vacante mas adiantava “não existirem razões para suspendermos a nossa qualidade de vida ambiental e espiritual, nem o trabalho pastoral que nos está encomendado, seja na fidelidade e na criatividade em ordem à evangelização”.

“Ainda não é tempo de fazermos a planificação e a programação habitual. Contudo, em modo conclusivo lançaremos em breve o livro sobre a Caminhada Sinodal nos Açores 2019-2022, onde estão contidas preocupações, propostas e desafios que apontam em ordem ao futuro e à próxima década que nos leva aos cinco séculos da existência da nossa igreja local” sublinha ainda na carta, na qual refere a comunhão com o caminho preparatório da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, em 2023 bem como com o Sínodo dos bispos em outubro do próximo ano, em Roma.

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