Os santuários “são uma oportunidade insubstituível para a evangelização do nosso tempo” afirmou o Administrador Diocesano

Sacerdote ofereceu o terço recebido em Roma das mãos do Papa Francisco ao Santuário da Serreta, colocando-o na própria imagem no final da Missa solene

O Administrador Diocesano presidiu esta tarde à Missa solene da festa de Nossa Senhora dos Milagres, na Serreta, ilha Terceira, que hoje se transformou no centro da Igreja açoriana, como referiu o reitor, padre João Pires, no final da celebração.

O cónego Hélder Fonseca Mendes aproveitou a homilia para sublinhar o papel dos santuários na nova evangelização ao proporcionarem, por serem espaços sagrados, a oração, a penitência e a conversão.

“Os santuários são sinais peculiares da fé simples e humilde dos crentes que aqui encontram a dimensão basilar da sua existência  que acredita, experimentam a proximidade de Deus, a ternura de maria e a presença dos santos” afirmou o sacerdote.

“São uma oportunidade insubstituível para a evangelização do nosso tempo” enfatizou lembrando as várias oportunidades que os peregrinos encontram nestes lugares como o “descanso, o silêncio e a contemplação da vida, muitas vezes frenética dos nossos dias”.

Apesar dos tempos que a humanidade atravessa, acrescentou, “os santuários podem ser um verdadeiro refugio para se redescobrir a si mesmos, encontrar a força necessária para a própria conversão”.

Por isso, destaca, “o caminho da peregrinação é uma oportunidade e o santuário como espaço privilegiado para a oração, a penitência e a conversão torna-se num lugar sagrado, propicio ao encontro com Deus”.

“Nós não estamos perdidos e quando nos encontramos com a misericórdia de Deus, como acontece nos santuários, em que somos tocados pela mão materna da sua mãe, nós podemos transformar-nos”, disse ainda deixando, contudo, um alerta: “este encontro não pode ser episódico”.

Recuperando o pensamento do Papa Francisco sobre o lugar e o valor dos santuários no tempo atual, o sacerdote frisou, por outro lado, que os santuários ao proporcionarem um encontro com Deus estimulam, igualmente, em cada peregrino, “um compromisso cada vez mais responsável quer com a formação cristã, quer no testemunho necessário de caridade que dele deriva”.

“O santuário escancara as portas aos jovens e aos doentes, as pessoas com deficiência e sobretudo aos pobres, aos marginalizados e aos migrantes” lembrou, fazendo a ligação ao tema do novenário que precedeu a festa, entre os dias 2 e 9 de setembro, que tinha como mote uma igreja integradora, que caminha junta.

“Nós queremos ser uma Igreja integradora tal como uma mãe pega ao colo e abraça todos os seus filhos, não tem enteados e ao mesmo tempo queremos ser uma igreja missionária pois não queremos ficar com esta alegria só para nós”, disse o cónego Hélder Fonseca Mendes.

O sacerdote, que este ano esteve presente nas festas dos cinco santuários diocesanos- dezembro, Nossa Senhora da Conceição(Angra); maio, Santo Cristo dos Milagres (Ponta Delgada); agosto (Bom Jesus Milagroso (Pico); setembro, Santo Cristo da Caldeira (São Jorge) e agora a Serreta- destacou as diferentes “romarias que não conhecemos mas que se fazem no coração de cada um”, que deve ter sempre a mesma finalidade: “um encontro com Jesus”.

“Podemos ter as nossas tristezas(…), mas quem faz uma peregrinação procura sempre um recomeço, uma vida nova que é sempre aquela que resulta de um encontro com Deus(…) um novo sentido”.

“Vivemos neste percurso dos santuários ao longo do ano, começando e terminando aqui,  parando no mistério de Jesus, na sua paixão e morte, contemplando-o como o Senhor Santo Cristo ou o Senhor Bom Jesus, porque este é o fruto bendito do ventre da Virgem Maria , e celebramos a mãe porque Ela pelo seu sim e pela sua graça é mãe do autor  da nossa salvação”, disse ainda.

“Contemplando a imagem de Nossa Senhora dos Milagres corrobora-se a esperança de sentir mais forte a proximidade de Deus, e abre o coração à confiança”, concluiu desafiando os peregrinos a imitarem Maria.

“Maria esteve sozinha no nascimento e no Calvário, mas não desistiu. Isto também somos nós: não podemos desistir diante das adversidades. Aprendamos da sua fé e da sua fortaleza”.

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No final da celebração o Administrador Diocesano ofereceu o terço que lhe foi dado ontem, no Vaticano, pelo Papa Francisco no final do Congresso dos Catequistas que decorreu entre 8 e 10 de setembro, para debater a terceira parte do catecismo da Igreja, como sinal da comunhão deste santuário com o sucessor de Pedro.

O reitor do Santuário, padre João Pires, agradeceu a colaboração de todos e sublinhou que “hoje a Serreta é o centro da diocese”.

Seguiu-se depois a procissão, embora com o tempo, uma vez mais, muito instável.

As coletas recolhidas durante a novena revertem a favor do Seminário Episcopal de Angra.

Esta segunda-feira celebra-se a habitual “segunda-feira da Serreta” e por isso é feriado na ilha Terceira.

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