Bispo de Angra apela a campanha de oração pela paz na Ucrânia: “Há pressa na Paz”

Foto: Igreja Açores/MRSM

D. Armando Esteves Domingues presidiu à comemoração dos 500 anos da Ermida do Pranto e desafiou os “peregrinos do amor” a aprender na escola de Maria gestos de misericórdia e proximidade para com os outros

O bispo de Angra apelou este domingo a “uma renovada campanha de oração pela Paz” na Ucrânia, na homilia que proferiu na Missa que assinala os 500 anos da Ermida de Nossa Senhora do Pranto, em São Pedro do Nordestinho, na ilha de São Miguel.

“Lancemos a partir daqui uma renovada campanha de oração pela paz na Ucrânia. A guerra não trará vitória a ninguém e é absolutamente insuportável! Há pressa na paz!” afirmou D. Armando Esteves Domingues, pedindo a todos os cristãos que unam a sua oração à do Papa e de toda a Igreja pelo fim da guerra.

“Que Maria, a Rainha da Paz, leve o pedido a seu Filho. Ela que é a Senhora do Pranto, a Senhora das lágrimas, junte as suas às lágrimas de tantas mães e famílias que perdem filhos, maridos, casas e bens” afirmou o prelado ao desafiar à construção de “caminhos de encontro e veredas de diálogo”.

Foto: Igreja Açores/MRSM

D. Armando Esteves Domingues presidiu esta manhã a uma celebração que assinala os 500 anos desta Igreja local muito ligada aos Romeiros de São Miguel, que hoje ali comemoraram o seu Dia, inaugurando um painel de azulejos no espaço e, assim homenagearam também as Romarias Quaresmais Micaelenses que cumprem, igualmente, meio século de história.

“Também aqui, onde se guarda ciosamente a memória de um povo, Maria é capaz de nos mostrar o lado terno e materno do amor de Deus, que nunca abandona este povo Nordestino e todos os seus filhos com os seus sofrimentos, medos e lágrimas” afirmou o prelado recordando um pouco da história desta Ermida erguida em 1522 e que, diz a tradição, está ligada aos sofrimentos do povo aquando de uma grande peste mas também a factos sobrenaturais como refere Gaspar Frutuoso.

“É assim, no sofrimento humano manifesta-se um Deus presente. Este povo, levado pela fé, a terá construído e reconstruído, cuidado e melhorado ao longo de 500 anos. Por isso também damos hoje graças a Deus” afirmou D. Armando Esteves Domingues.

Nesta ocasião o Bispo de Angra lembrou igualmente as mães, que hoje assinalam o seu dia, e refletiu sobre Maria,  mãe de Jesus e da Igreja, que ensina três atitudes: “permanecer, escutar e acolher”.

“Estas três atitudes: permanecer, escutar e acolher, resumem a existência de Maria, a sua vocação, a sua missão. Assim deve ser o coração de uma comunidade cristã” enfatizou, deixando uma interpelação.

“Como é o nosso compromisso? Ativos em comunidades abertas e acolhedoras ou fechados e indiferentes aos gritos dolorosos dos irmãos, sem espírito apostólico, sem a unção que dá beleza à missão?”, questionou o Bispo de Angra.

“O mundo é exigente. Precisamos confiar na força do Espírito Santo que recebemos pelo batismo, o mesmo que fecundou Maria e nos fecunda a todos para gerarmos Jesus entre os homens. Precisamos que padres e leigos sejam, em unidade de coração e de ação, sacerdotes, isto é, capazes segundo o ministério e tarefas confiadas, de louvar a Deus com a vida e sacrificá-la em serviço atencioso e cuidadoso nas famílias, no trabalho e nas paróquias. Sentimos essa necessidade? Talvez esse compromisso seque muitas lágrimas da Senhora do Pranto que tem pressa de uma Igreja mais viva, capaz de derramar lágrimas de dor diante dos irmãos que sofrem”, disse ainda desafiando os presentes a serem na vida “peregrinos do amor”.

“A nossa fé diz-nos que, apesar do cinzento inverno espiritual, o culto a Nossa Senhora está em flor. Oxalá anuncie uma nova primavera de Deus na Igreja e no mundo!”.

“Queridos irmãos, quantas lágrimas de dor ou de alegria este lugar já não terá visto e esta Senhora do Pranto ouvido! Quantas histórias de vida aqui não foram já confrontadas com a luz da fé? Que respondam os peregrinos, os romeiros que aqui passam sempre nas suas romarias. Quantos pecados aqui já não foram lavados pelas lágrimas de sangue do Salvador, derramadas uma vez por todas!”, disse ainda, desafiando os açorianos a realizar gestos de proximidade e misericórdia para com os outros.

Foto: Igreja Açores/MRSM

O Dia do Romeiro foi assinalado com várias iniciativas; entre elas uma conferência proferida pelo padre Jorge Ferreira, Administrador Paroquial de São Sebastião e Capelão da santa Casa da Misericórdia de Angra, na ilha Terceira.

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