Missa por sufrágio do Papa Francisco foi celebrada na Igreja de São José em Ponta Delgada, repleta de Povo de Deus
O bispo de Angra voltou a presidir a uma Missa por sufrágio do Papa Francisco esta tarde, em ponta Delgada, na Igreja de São José, que encheu por completo, com cerca de quatro dezenas de sacerdotes e centenas de fieis, que assim quiseram prestar uma última homenagem ao Papa cujo funeral se realizará no próximo sábado.
D.Armando Esteves Domingues sublinhou a dimensão social deste pontificado que ficou marcado pela “simplicidade”, “humildade”, “gestos de misericórdia” e pela “sinodalidade” como dimensão “constitutiva da Igreja”, porventura numa dimensão “mais prática e menos teológica”
“O Papa Francisco defendeu uma Igreja em saída, que não se importa de sujar as mãos mas que está disponível para ir ao encontro, falando de uma sinodalidade constitutiva da Igreja com uma especial atenção aos cristãos leigos, em particular às mulheres, valorizando o seu papel na Igreja e no mundo”, afirmou o bispo de Angra, que voltou a fazer uma homilia muito emotiva.
“A Igreja nunca volta atrás e o que Francisco procurou fazer sempre empurrar a Igreja de volta ao Cristianismo”, explicitou afirmando que nas “veias corria-lhe o espírito e a eclesiologia do Concílio Vaticano II”, que viveu intensamente.
“Francisco não qui ser príncipe, quis ser servo; recusou grandeza e preferiu a simplicidade; trocou o poder pela proximidade, os sapatos de marca por sapatos velhos, a cruz de ouro por uma cruz de ferro” prosseguiu o prelado, “lembrando-nos que Deus se encontra na simplicidade, no cheiro da sopa servida a quem tem fome, no abraço que ultrapassa o dogma”.
Referindo-se um pouco aos vários pronunciamentos do Papa sobre a família, sobre o diálogo ecuménico e inter-religioso, sobre a juventude, os pobres e frágeis, na passagem por Portugal, em especial na Jornada Mundial da Juventude, o bispo de Angra terminou com uma oração de gratidão.
“Obrigado Francisco por teres sido capaz de transmitir e viver o amor concreto e contagiante, por nos mostrares que a santidade é feita de gestos concretos ainda que pequenos, por não evitares o escândalo dos abusos, por deixares entrar os recasados, por dizeres que a guerra é sempre uma derrota…”
No dia em que Francisco morreu, o bispo de Angra celebrou na Catedral e várias paróquias têm seguido o exemplo rezando e prestando homenagens ao Papa Francisco que faleceu ontem em Roma, aos 88 anos de idade.
Bispo de Angra emocionado afirma que “este caminho iniciado pelo Papa não volta atrás”