Cerimónia presidida pelo Bispo vai ser marcada pela chegada de um novo padre e pela tomada de posse de três leigos em áreas chave da pastoral: catequese, juventude e formação

No próximo domingo, Santa Maria será a primeira ilha da Diocese a abrir oficialmente o primeiro Ano Pastoral de uma caminhada que tem como horizonte 2034, ano em que a diocese comemora 500 anos de vida, num momento aguardado com expectativa e vivido com grande sentido de missão pela comunidade, depois da visita pastoral do bispo de Angra no final do primeiro trimestre deste ano.
A ilha vai receber um novo sacerdote, que se juntará ao atual ouvidor e terá uma nova coordenação pastoral ao nível da catequese, juventude e formação que será assegurada por leigos.
O padre João Ponte, que chega agora à ilha depois de ter estado no Pico, vê nesta etapa um desafio e uma oportunidade de servir: “Venho com espírito de missão, de compromisso com a Igreja e aceitando este desafio que o nosso bispo me lançou. Agora já não estarei sozinho, vamos trabalhar em equipa com o Padre Carlos, colega desde os tempos do seminário. Creio que tem tudo para correr bem.”
Para o sacerdote, a abertura do Ano Pastoral reforça também o sentimento de pertença a uma Igreja maior: “É sempre bom termos a presença do senhor bispo. Percebemos que a nossa ilha está englobada num todo, numa Igreja universal que está sempre ao serviço dos outros.”
Já o Padre Carlos Espírito Santo, ouvidor de Santa Maria, sublinha a dimensão simbólica do momento: “Estamos a viver um tempo de renovamento, de reavivar o dom do nosso batismo”, refere sublinhando a temática deste ano pastoral.
Para o sacerdote, o arranque em Santa Maria é também sinal de unidade: “O que esta ilha pode dizer à Diocese é que estamos juntos, de Santa Maria ao Corvo, caminhamos unidos num só espírito. É simbólico que seja a nossa ilha a primeira, remetendo-nos à história da região e à missão que nos vem do batismo.”
Três leigos assumem a partir de agora responsabilidades pastorais na ilha.
Ana Almada, responsável pela catequese, destaca a centralidade da fé vivida no dia a dia. Uma centralidade assinalada na questão formulada para este ano pastoral.
“O catequista é apenas um instrumento de Cristo. A catequese não pode ser apenas feita de orações decoradas, tem de ser para a vida. Os primeiros catequistas devem ser os pais, porque é na família que o coração da criança aprende a viver a fé.”
Já Susana Cabral, que assume a pastoral juvenil, encontra sinais de esperança na entrega dos jovens marienses embora sejam cada vez menos.
“Quando os jovens percebem que têm um papel ativo e que as suas mãos têm valor, ganham entusiasmo. Cada vez que dizem ‘sim’ a desafios concretos – visitar idosos, animar festas, plantar árvores – sentem-se protagonistas. É nessas ações que a espiritualidade vai crescendo.”
Rui Esteves que formará equipa para a criação da Escola de Formação da Ouvidoria, destaca a importância da reflexão pessoal no arranque deste novo ano.
“A pergunta ‘Cristão, que dizes de ti mesmo?’ deve levar-nos a olhar para dentro e a descobrir o que queremos ser. Nem sempre é fácil, mas com algumas dinâmicas podemos encontrar respostas e esperança.”
O bispo de Angra realizou a esta ilha a última das quatro visitas pastorais efetuadas neste segundo ano de episcopado na diocese. Na ocasião foram assumidos pelos marienses oito compromissos com vista à promoção de uma “maior comunhão eclesial, fortalecendo a escuta ativa, o diálogo e a participação de todos”.
Entre os compromissos encontra-se a conclusão do Centro Pastoral de Ilha.
“Assumir em todas as paróquias o compromisso de colaborar para a rápida conclusão do Centro Pastoral de Ilha, para que seja um autêntico centro de irradiação pastoral e formação” diz o documento aprovado pelo Conselho Pastoral de Ouvidoria, onde se define o momento da Igreja mariense como “ um tempo de renovação” e “uma oportunidade para crescer na corresponsabilidade, na missão e no discernimento comunitário”.
“Assumir como prioridade a formação de leigos em ordem ao exercício de ministérios laicais nas paróquias, nomeadamente Ministros para presidir a Celebrações da Palavra na ausência de presbítero, Catequistas capazes de coordenar os centros de catequese, Leitores a Acólitos que, sempre em estreita colaboração com o padre responsável, coordenem e zelem pela formação dos leitores e acólitos”, diz o compromisso.
A questão do discernimento vocacional é outra das prioridades, seja nas vocações para a vida consagrada seja para vocações laicais.
Iniciar a escola de formação de Ouvidoria “que acompanhe a formação sugerida pela diocese e defina as prioridades locais” é outro dos assuntos urgentes, privilegiando-se o acompanhamento dos jovens, em ligação ao Serviço Diocesano à Juventude e às famílias, promovendo os CPM’s e Movimentos familiares, nomeadamente aos pais que têm filhos em idade de catequese.
O Conselho Pastoral comprometeu-se ainda a incentivar e apoiar a participação de jovens marienses na Aldeia da Esperança.