Em Ponta Delgada e na Ouvidoria da Praia há duas procissões já com história. Em Santa Maria também haverá procissão

Este domingo a partir das 19h00 três comunidades paroquiais da ouvidoria da Praia, na ilha Terceira- Fonte Bastardo, Porto Martins e Cabo da Praia- partirão em procissão desde as suas igrejas até ao Largo do Recanto, onde decorrerá uma missa em honra de Nossa Senhora de Fátima, naquela que é uma tradição que remonta aos anos setenta do século XX, por causa da guerra do Ultramar.
Esta celebração conjunta começou quando a população se juntava para rezar pelo fim da guerra e pelo regresso a salvo dos militares terceirenses que estavam no Ultramar, na noite de 12 de outubro. Por isso, esta oração é também uma oração à Senhora da Paz.
Também em Santa Maria, às 19h30 haverá Missa seguida de procissão de velas, na Ermida de Nossa Senhora de Fátima, a primeira ermida do mundo em honra de Nossa Senhora de Fátima, depois da Capelinha das Aparições em Fátima, fora da Cova da iria. Foi seu fundador o padre Virgínio Lopes Tavares que a começou a construir a ermida em 1925, tendo sido benzida em 1928.
Em Ponta Delgada, a procissão terá lugar às 13h00 depois da Eucaristia e também se realiza desde que esta nova igreja paroquial foi construída e o Lajedo foi elevado a paróquia.
Em comum todas estas celebrações têm a ligação à Cova da Iria e a Nossa senhora do Rosário naquela que é a celebração que assinala a 6ª e última aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, em que se apresentou como a Senhora do Rosário, pediu que se rezasse o terço todos os dias e que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra. Deu-se também nesta aparição aquilo a que se convencionou chamar o Milagre do Sol.

Este sábado, em Roma, a Imagem que se venera habitualmente na Capelinha das Aparições esteve no encerramento do Jubileu Mariano, no Vaticano, a pedido do papa Leão XIV que desafiou os dirigentes mundiais a terem a audácia de acabar com a guerra.
“Tenham a audácia de se desarmar”, exortou o Pontífice durante o Jubileu da Espiritualidade Mariana, que reuniu milhares de fiéis para a recitação do Terço pela paz no coração do Vaticano.
O Santo Padre iniciou a celebração saudando os peregrinos a bordo do papamóvel e convidando todos a confiar à intercessão de Maria “o anseio de paz que brota de toda a humanidade”.
“Sob a sua proteção — disse — possamos viver como irmãos e irmãs, tornando-nos, num mundo dilacerado por lutas e discórdias, artífices de paz.”
Inspirando-se nas palavras de Maria nas bodas de Caná — “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5) — o Papa recordou que a Virgem aponta sempre para o Filho, e é d’Ele que vem a verdadeira transformação do mundo. Citando o Evangelho de João (“Mete a espada na bainha”), Leão XIV afirmou que a mensagem de Jesus é um convite claro ao desarmamento interior e exterior.
“Desarma a mão e, antes ainda, o coração”, disse o Papa.
“A paz não é dissuasão, mas fraternidade; não é ultimato, mas diálogo. Não virá como fruto de vitórias sobre o inimigo, mas da semeadura da justiça e do corajoso perdão.”
O Pontífice insistiu que o primeiro passo deve acontecer dentro de cada pessoa: “O primeiro a ser desarmado é o coração, porque se não houver paz em nós, não daremos paz.”
Leão XIV afirmou que as palavras de Cristo — “Mete a espada na bainha” — são especialmente dirigidas “aos que conduzem o destino dos povos”. Segundo ele, “o mundo não precisa de novos impérios erguidos sobre o poder e o dinheiro”, mas de líderes capazes de se aproximar dos que sofrem, “olhando o mundo de baixo, com os olhos de quem naufraga”.
“Caso contrário, nada mudará, e não surgirá um tempo novo, um reino de justiça e paz”, advertiu.
Na conclusão da cerimónia, o Papa dirigiu uma oração especial à Virgem Maria, pedindo-lhe que ensine a humanidade a ouvir “o clamor dos pobres e da mãe Terra” e a permanecer “junto às infinitas cruzes onde o vosso Filho ainda está crucificado”.
“Virgem da paz, porta de esperança segura — rezou —, aceitai a oração dos vossos filhos.”
A celebração prosseguiu com a exposição e adoração do Santíssimo Sacramento e terminou com a bênção apostólica.
Antes, o Papa tinha rezado diante da Virgem de Fátima a quem ofereceu uma rosa de ouro, a mais alta distinção oferecida pelos Papas. É a quarta Rosa de Ouro oferecida por um sumo pontífice a Nossa Senhora de Fátima que já a recebeu das mãos de Paulo VI, Bento XVI, Francisco e agora de leão XIV. É a quarta vez que a imagem que se venera na capelinha das Aparições se desloca a Roma a pedido do Papa.
A primeira viagem ocorreu em 1984, durante o Jubileu Extraordinário da Redenção, quando São João Paulo II consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria; regressaria no Grande Jubileu de 2000 e, mais tarde, em 2013, a convite dos Papas Bento XVI e Francisco, para a Jornada Mariana do Ano da Fé.
(Com Vatican Media)