O ano de 2025 fica marcado pelo lançamento da primeira carta pastoral e pelo início de um caminho pastoral até 2034

A Diocese de Angra encerra um dos anos pastorais mais marcantes do episcopado de D. Armando Esteves Domingues, num tempo assumidamente orientado para o futuro e para a preparação do Jubileu dos 500 anos da sua fundação, a celebrar em 2034. Juventude, sinodalidade, corresponsabilidade laical, justiça social e paz foram palavras-chave de um ano vivido intensamente nas nove ilhas dos Açores, num contexto global e regional marcado pela incerteza, pela guerra e pelo agravamento das desigualdades sociais. O balanço de 2024-2025 revela uma Igreja açoriana em movimento, com ritmos muito diferenciados, consciente das suas fragilidades – menos fiéis, menos padres, menos vocações – mas determinada a reformular estruturas, a envolver mais os leigos e a reforçar a sua presença evangelizadora no mundo.
A Carta Pastoral que abriu caminho a nove anos de sinodalidade
O marco estruturante do ano foi a publicação da primeira Carta Pastoral de D. Armando Esteves Domingues, intitulada “Batizados na Esperança”. O documento inaugura formalmente o caminho sinodal de nove anos que conduzirá a Diocese de Angra ao jubileu dos seus 500 anos, assumindo como método o discernimento comunitário e a corresponsabilidade eclesial.
Inspirada pelas conclusões da assembleia conjunta dos Conselhos Presbiteral e Pastoral Diocesano – um acontecimento marcadamente sinodal na história recente da diocese, que se realizou em abril deste ano, em Ponta Delgada – a Carta define um Projeto Pastoral até 2034, organizado em três triénios, enquadrando sobretudo o primeiro triénio, sob o signo do anúncio e fortemente centrado no batismo, neste primeiro ano. A reflexão sobre a identidade cristã está presente em toda a linha com especial enfoque na escuta da Palavra, no acolhimento e no anúncio, num movimento contínuo de conversão pessoal e comunitária.
Entre as orientações mais significativas está a criação obrigatória de Conselhos Pastorais em todas as paróquias até 2026, bem como a constituição de Conselhos interparoquiais, de ouvidoria e de ilha, alguns dos quais poderão ser presididos por leigos. Para o bispo de Angra, estes órgãos não podem ser apenas consultivos mas espaços vivos de escuta, discernimento e decisão partilhada. Também a criação de Centros de Preparação para o Batismo, com equipas mistas- sacerdotes, leigos e religiosos- é uma obrigação que todas as ouvidorias devem corresponder no sentido de se aprofundar este sacramento que marca o inicio da vida cristã e que não pode ser visto e vivido apenas como um rito. O acompanhamento das famílias é por isso fundamental, sobretudo dos casais jovens, valorizando assim a vida nascente.
Juventude no centro: a Aldeia da Esperança como sinal de viragem
Se a Carta Pastoral traçou o horizonte, a Aldeia da Esperança deu-lhe rosto. Realizado em julho, em São Jorge, o primeiro grande encontro juvenil diocesano em mais de duas décadas reuniu jovens de sete das nove ilhas, numa experiência inédita de comunhão eclesial e protagonismo juvenil.
Durante uma semana, a ilha acolheu oficinas vocacionais, momentos de oração, partilha e formação, culminando na vigília de envio junto à lagoa da Caldeira da Fajã de Santo Cristo. Ali, D. Armando Esteves Domingues desafiou os jovens a regressarem aos seus contextos como construtores de paz, especialmente num mundo “marcado pelas redes sociais, pela violência e pela indiferença”.
“Uma aldeia não basta”, afirmou o bispo, sublinhando que a experiência vivida só faz sentido se gerar compromisso continuado e redes de esperança nos lugares concretos da vida quotidiana. Para a diocese, a Aldeia da Esperança pode ter-se tornado um ponto de viragem na pastoral juvenil, lançando as bases para uma renovação que deverá prolongar-se nos próximos anos, com a segunda edição já marcada para 2027, em São Miguel.
“Envio-vos para os vossos lugares, todos os lugares que frequentais, sobretudo naquele sítio onde passais muito tempo. É preciso construir a paz neste mundo global, tão marcado pelas redes sociais”, disse D. Armando Esteves Domingues.
“Esta Aldeia está a fechar portas mas gostaríamos de as ter sempre abertas para Ti. Fizeste-me bispo, estão estes jovens, estes religiosos, estes adultos leigos… envia-nos; sabes que temos vontade de promover o teu reino neste mundo, faz-nos pescadores de homens. Somos pobres mas temos vontade. Ajuda-nos a levar a tua paz ao mundo. Conta connosco, Senhor”, desenvolveu D. Armando Esteves Domingues.
“Ajuda-nos a libertar o mundo do pecado; quem nos dera ir à Ucrânia e a Gaza, onde todos os dias somos vencidos pela tristeza que é ver aquelas crianças a levar com bombas em cima e com violência para irem buscar um bocado de pão.”
“Foi tão bom preparar e construir convosco esta aldeia; ficarei com esse sabor por muito tempo; podemos ter todas as estruturas do mundo mas uma aldeia constrói-se no amor concreto, na alegria em vos conhecer”, desenvolveu o bispo de Angra, que esteve com os jovens durante toda a semana da ‘Aldeia da Esperança’, na Missa.
Segundo D. Armando Esteves Domingues têm “as bases para renovar a juventude” na diocese, e, a quem “está a pensar que não é capaz”, lembrou que “o mundo apresenta dificuldades – de habitação, de justiça, ensino, trabalho- por isso ninguém está fora”,
“Uma aldeia não basta. Estão contentes. Acham que chega? Uma aldeia não basta. Se queres construir uma cidade e que o fogo de Jesus se apegue, olha à tua volta e vê quem tem os mesmos ideais de Cristo, reza com Ele e vai deixando que o fogo do vosso amor se espalhe e chame outros. Constrói pontes e não muros!”, desenvolveu.
Na Missa, celebrada antes da bênção final e envio dos jovens, o bispo diocesano afirmou ainda que “o encontro com Jesus é sempre uma conversão completa”, a partir da leitura do Evangelho de Mateus sobre o encontro entre Zaqueu e Jesus.
“Inspirados por Zaqueu, e depois desta semana, perguntemos: onde estou depois de Jesus ter entrado, em minha casa durante estes dias? Onde estamos ao fim destes dias? O que mudou na nossa vida?”, perguntou D. Armando Esteves Domingues, que orientou uma das oficinas vocacionais deste encontro diocesano.
O responsável pela Ouvidoria de São Jorge, que acolheu a primeira ‘Aldeia da Esperança’ da Diocese de Angra, destacou que “pastoralmente todos estes jovens fizeram uma experiência de comunhão única”, pelo lugar mas também pelo que desenvolveram.
“O que se espera agora é uma renovação da pastoral juvenil que faça com que estes rapazes e raparigas que se deixaram tocar sejam também evangelizadores noutros ambientes”, acrescentou o padre Dinis Silveira, ao sítio online ‘Igreja Açores’.
Paz, justiça social e novas pobrezas no centro da ação pastoral
O ano ficou igualmente marcado por uma forte atenção às questões sociais. A elevação da Ermida de Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca do Campo, a Santuário Diocesano, no Dia Mundial da Paz, foi mais do que um gesto simbólico. Na homilia, o bispo de Angra ligou explicitamente a paz à justiça social, alertando para o agravamento da pobreza nos Açores, que passou de 21,9% para 25,1%, colocando a região entre as mais pobres do país.
“A paz começa entre nós”, afirmou, lembrando que não pode haver verdadeira paz enquanto persistirem desigualdades profundas. O novo Santuário é pensado como um espaço de acolhimento espiritual, escuta e consolação, mas também como um centro de irradiação de uma espiritualidade comprometida com a dignidade humana.
“Irmãs e irmãos, que aqui se levante hoje a bandeira da paz. Não para nos rendermos, mas para que seja vista de todos os lados e onde a força da oração seja mais forte que a das armas” disse D. Armando Esteves Domingues ao referir-se ao “tormento do terror de guerras destruidoras”, que agravam as já numerosas crises em curso – económica, energética, ambiental, migratória e sanitária- , acentuando clivagens no mundo cristão, entre católicos e ortodoxos e dentro das próprias Igrejas ortodoxas, mas também nos Açores, com um agravamento das desigualdades sociais.
“Como cristãos, não podemos ter verdadeira paz enquanto tivermos uns muito ricos e outros muito pobres, uns que têm em demasia e desperdiçam e outros que passam fome, enquanto uns vivem tranquilamente em palácios e outros na rua” afirmou citando o papa Paulo VI.
“Erguer a bandeira da Paz é também lutar pela justiça social e, perceber que contributo podemos e queremos dar nesta luta intransigente pela paz que passa pela igual dignidade de todos” sublinhou ainda alertando para o risco de um aumento da pobreza.
“Deixemos que Nossa Senhora da Paz molde o nosso coração para sermos artífices de paz, portadores de esperança aos seus filhos aflitos. Lembrais-vos que à sua prima Isabel, Maria leva a paz e a alegria? A paz, de facto, não viaja sozinha: precisa de pernas, de braços e de uma voz”.
“Rezemos pelos nossos centros sociais, Cáritas, Vicentinos e outros grupos caritativos que dão respostas importantes. Mas, nós não fiquemos indiferentes, convencidos que outros farão” frisou ainda pedindo também oração pelas famílias.
“Rezemos pelas nossas famílias, para que sejam escolas de valores onde todos acolhem e cuidam da vida, onde se aprendam relacionamentos respeitosos e fraternos, se ensinem a partilha e o cuidado e se viva uma caridade com consequências para os necessitados mais próximos”, salientou.
“A paz no mundo, a paz social e a paz na família depende de cada um”, frisou por fim.
O Santuário tem como primeiro reitor o padre José Borges, pároco da Igreja Matriz de Vila Franca do Campo que teve a tutela deste espaço que agora passa a depender diretamente do bispo de Angra.
“Esta elevação a santuário é fruto de um longo percurso com manifestações públicas de oração, devoção e peregrinação. Muitos já caminharam em direção a esta ermida, numa confissão de fé; o caminhar é um verdadeiro canto de esperança e a chegada um encontro de amor com Deus” afirmou o prelado recordando os “muitos peregrinos tomaram decisões que marcaram as suas vidas”.
“As paredes desta ermida, agora Santuário, contêm certamente histórias de conversão, de perdão e de dons recebidos que muitos poderiam contar”, concluiu na homilia da concelebração que contou com a presença de vários sacerdotes e povo da ilha de São Miguel, devotos da Senhora da Paz, a última invocação da Ladainha e foi introduzida em 1917 pelo Papa Bento XV, com o objetivo de obter a paz para o mundo atingido pela Primeira Guerra Mundial. No mesmo mês, Nossa Senhora apareceu aos três Pastorinhos de Fátima, depois do Papa ter pedido para se rezar pela paz no mundo.
A Ermida de Nossa Senhora da Paz foi construída em 1764, no século XVIII, onde se encontrava um “templo mais primitivo, possivelmente do século XVI”, no local onde um pastor terá encontrado uma imagem de Nossa Senhora numa gruta.
O acesso ao templo, Imóvel de Interesse Público pelo Governo Regional dos Açores, desde 1991, faz-se por uma escadaria com 100 degraus, os patamares representam os mistérios gozosos e dolorosos do Rosário.
As mensagens de Natal, Páscoa e Quaresma reforçaram este tom profético, num contexto internacional marcado pela guerra na Ucrânia, em Gaza e por um clima global de instabilidade. Na Quaresma de 2025, D. Armando Esteves Domingues apelou a uma “leitura atenta e atualizada das pobrezas existentes”, envolvendo comunidades, instituições e autarquias numa resposta mais articulada e sinodal.
“Há um mundo em guerra ou a preparar-se para ela, alterações no quadro político e social global que lançam medo onde era preciso esperança”, assinalou D. Armando Esteves Domingues, na Mensagem para a Quaresma 2025.
O bispo de Angra alertava que muitos pobres e irmãos “correm o risco de perder apoios de projetos humanitários” suportados por “países ricos”, “adivinhando-se problemas acrescidos como o aumento da pobreza, das doenças, do isolamento…”.
“Nunca, como nestes dias, se viram tantas imagens televisivas a mostrar pessoas em oração. Fiéis a rezar virados para a janela do Papa, muitos outros reunidos na Praça de São Pedro e igrejas de todo o mundo”, referia, numa mensagem que pedia ainda oração intensa pela melhoria do estado de saúde do Papa Francisco que haveria de falecer mais tarde.
Visitas pastorais: proximidade, escuta e compromissos concretos
As visitas pastorais às ilhas da Graciosa e de Santa Maria revelaram uma Igreja local viva, mas consciente dos seus desafios. Em ambas, os Conselhos Pastorais de Ouvidoria assumiram compromissos concretos: valorização dos órgãos sinodais, formação de leigos para ministérios laicais, acompanhamento dos jovens e das famílias e reforço da corresponsabilidade pastoral.
Em Santa Maria, destacou-se o compromisso conjunto das paróquias para a conclusão do Centro Pastoral de Ilha, visto como um futuro polo de formação e irradiação pastoral. Na Graciosa, o bispo sublinhou que “o futuro está nas mãos de cada um”, reforçando a importância do protagonismo dos leigos numa Igreja com menos padres, mas com comunidades ainda coesas.

Reorganização do clero e aposta clara na participação laical
Outro momento significativo do Ano Santo foi a publicação do decreto com 37 nomeações sacerdotais, uma das maiores movimentações do clero na diocese, afetando 16 das 17 ouvidorias. As mudanças, explicou o bispo, resultaram de um processo de discernimento amadurecido, envolvendo conselhos pastorais, visitas pastorais e necessidades concretas da diocese.
Foi uma das maiores movimentações do Clero, que em duas ouvidorias já corresponde ao sentido “amadurecido” durante as visitas pastorais pelos próprios Conselhos Pastorais de Ouvidoria e que obedece ao projeto pastoral delineado para determinadas zonas e serviços da Diocese de Angra, sobretudo depois das visitas pastorais já efetuadas.
No documento onde se podem ler as mudanças de párocos “habituais na nossa diocese”, D. Armando Esteves Domingues identifica os critérios seguidos para esta série de colocações.
“Orientaram estas mudanças, para além de um natural e amadurecido diálogo com os párocos implicados e respetivos Ouvidores, a auscultação a algumas comunidades paroquiais, as sugestões dadas nos Conselhos e por Conselheiros do Bispo Diocesano, uma preocupação em acabar com as demasiadas nomeações de párocos (12) “Ad Tempus” (sem tempo determinado) – sempre com a sensação de provisoriedade e instabilidade pessoal ou pastoral -, os pedidos de mudança feitos por alguns padres e ainda o refletido e acordado com os Conselhos Pastorais das Ouvidorias aquando da Visita Pastoral. Os compromissos assumidos nessas Ouvidorias levaram a poder reduzir já um pároco em S. Jorge e outro na Ouvidoria das Flores”, pode ler-se.
“Procurou-se também ter em conta as indicações dos Conselhos Diocesanos a que se desse mais disponibilidade aos padres de alguns Serviços Diocesanos, nomeadamente a Catequese, Juventude, Pastoral Universitária, Coordenação Pastoral e Formação Diocesana, Liturgia e Caridade” acrescenta o prelado sublinhando, no entanto, que todos os responsáveis por estes serviços “continuam ligados a paróquias” procurando-se apenas “que pudessem ter a disponibilidade possível para poderem servir em toda a diocese”.
“Se alguns sacerdotes pediram para mudar, a outros foi pedido que abraçassem novos projetos pastorais devido às suas caraterísticas pessoais” ressalva ainda o bispo de Angra que precisa que só a “três párocos foi pedido que antecipassem o fim da sua provisão”.
O prelado, que deixou um “profundo reconhecimento pela atitude livre e construtiva nos diálogos bem como o manifesto espírito de serviço a Cristo e à Sua Igreja” recorda que “a missão da Igreja é mais ampla do que uma paróquia específica, e a vocação sacerdotal é, por sua natureza, uma doação constante”.
“Os padres são enviados onde são mais necessários, segundo o discernimento da diocese e as necessidades pastorais do povo de Deus” enfatiza, destacando, ainda, que o mundo e a Igreja requerem “uma maior participação laical”. Por outro lado, insistia na criação e revitalização dos conselhos pastorais e conselhos de assuntos económicos.
“A continuidade pastoral numa paróquia passa decisivamente pela estabilidade do seu Conselho Pastoral Paroquial, que é expressão de todos os serviços, carismas e ministérios na comunidade, e pelo Conselho para os Assuntos Económicos, como se acentuou no Projeto Pastoral de 2025”.
Um ano que fecha, um caminho que se abre
O ano pastoral que agora termina não foi apenas um conjunto de iniciativas– Diálogos no Tempo, Ciclo do Órgão, Jubileus temáticos em todas as ilhas e um musical sobre a juventude intitulado Via Lucis da Esperança- Musical Jovem- , mas o início consciente de um processo de transformação eclesial. Entre a esperança dos jovens, a reorganização das estruturas, o compromisso social e a espiritualidade da paz, a Diocese de Angra entra no novo ano com um projeto claro e um horizonte definido.
“Somos todos Peregrinos da Esperança”, afirmou o bispo de Angra no encerramento de vários momentos-chave do ano. Um lema que resume o balanço destes meses: uma Igreja que, apesar das fragilidades, escolheu caminhar unida, escutar mais, envolver todos e preparar, passo a passo, o futuro que já começou a construir.
Embora com diferentes ritmos marcados pela geografia humana e eclesial que é muito diversa, a diocese tem feito um caminho de discernimento, a partir das bases, sobre as prioridades de cada um dos triénios que seguem também as três grandes áreas de evangelização da Igreja: o anúncio, a caridade e a celebração. Neste ano santo a dimensão celebrativa esteve sempre presente, sobretudo nalgumas ilhas como a Terceira e São Jorge que realizaram mensalmente Jubileus temáticos seguindo o calendário litúrgico, como o Jubileu dos Doentes, da Palavra, da caridade, da música, dos catequistas, dos religiosos ou dos jovens.
Além dos jubileus temáticos organizados em várias ilhas, também açorianos participaram em vários momentos na celebração do Ano Santo em Roma, com mais de cem catequistas, no Jubileu dos Catequistas, parte da equipa sinodal no Jubileu das Equipas Sinodais e no Jubileu dos Pobres, com 12 representantes dos açores entre pessoas em situação de pobreza e técnicos da pastoral social.
Também este ano fica marcado pela abertura de um Gabinete de Apoio Psicológico aos migrantes na diocese.
Comissão Diocesana lança serviço de apoio psicológico no Dia do Migrante






















