Bispo de Angra apela a uma sociedade mais justa e equitativa

Na véspera da 183ª Assembleia Plenária da CEP, D. António diz que a crise é uma oportunidade para a Igreja apresentar uma alternativa que coloque a economia e as finanças ao serviço da pessoa.

O Bispo de Angra, que participa a partir de amanhã e até ao próximo dia 14 na 183ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que se realiza em Fátima, diz que a mensagem da Igreja tem de ser “uma alternativa” ao caminho que tem “privilegiado” as finanças e a economia em detrimento da pessoa.

“Nós igreja, porque temos uma doutrina social rica e assente no conhecimento temos de mudar práticas e mentalidades fazendo com que a economia não seja dominada pelas finanças mas sim pela promoção da pessoa humana, promovendo uma sociedade diferente” diz o Prelado de Angra em declarações ao Portal da Diocese.

Desde logo, acrescenta, “porque estamos no terreno e, em muitos casos, temos sido a reposta mais imediata para aqueles que estão em dificuldades”, sem preocupações “com o lucro ou com o enriquecimento”.

“Vivemos numa sociedade em que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e nós Diocese também temos de contribuir para criar uma sociedade diferente, com outros valores, sem deixar ninguém para trás”, conclui.

A situação económica do país é um assunto que certamente merecerá a atenção dos Bispos na reunião plenária que começa amanhã em Fátima, onde também será feita uma reflexão sobre o desafio que o Papa colocou a todas as Dioceses sobre as questões da família, para o Sínodo do próximo ano.

Para D. António de Sousa Braga há “duas novidades” essenciais, uma de natureza organizativa porque o Sínodo terá duas Assembleias Gerais- uma extraordinária em outubro do próximo ano e outra ordinária em outubro de 2015- e outra de natureza formal e que se traduz numa auscultação mais ampla, “junto das bases”, para obter um conhecimento mais pormenorizado e abrangente do que pensa a Igreja sobre a família e, sobretudo, as novas realidades familiares.

“Nestes dois anos a Igreja tem de se debruçar sobre a família não numa perspetiva de mudança de doutrina mas de uma pastoral diferente que inclua as novas realidades”, reconhece D. António que espera mudanças “não nos temas fraturantes mas, por exemplo, na condição e disciplina dos casais católicos recasados”.

A 183ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Portuguesa é a reunião magna que reúne as mais altas instâncias do clero português e conta sempre com uma agenda recheada de assuntos de atualidade e dela são emanadas conclusões que servem depois de orientação para todas as dioceses.

A Assembleia começa com a intervenção do Presidente da Conferência Episcopal, D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa.

Scroll to Top