Bispo de Angra desafia comunidade académica açoriana a ser modelo de unidade para a sociedade em geral

João Lavrador afirma que a academia tem de ser espaço que promova a “unidade na diversidade”

O bispo de Angra defendeu esta noite, em Ponta Delgada, na celebração de abertura das atividades da pastoral universitária, que a Universidade dos Açores deve ser modelo para a criação de uma sociedade mais inclusiva, contrariando a tendência da cultura atual que gera a discórdia.

“A comunidade académica, como qualquer comunidade, é um laboratório onde se experimentam as relações verdadeiramente humanas e onde se cresce nos autênticos valores necessários à edificação de uma sociedade justa, livre, fraterna e com igualdade entre todos os cidadãos”, afirmou D. João Lavrador na homilia da missa celebrada na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Ponta Delgada.

Em cada ano “somos convidados a renovar-nos com maior saber, com equilibrado crescimento e com partilha de relações pessoais que ajudem a formar uma comunidade académica que seja modelo para o que queremos que seja a sociedade de hoje e do amanhã”, acrescentou.

O desafio que se impõe, prosseguiu é o “de construir a unidade na diversidade”, contrariando a cultura de hoje onde “parece que a unidade não é possível”.

“Tantas guerras, violências, ofensas à dignidade de cada povo e de cada pessoa. Erguem-se grupos contra grupos, orquestram-se planos de destruição de uns contra outros, maquinam-se subterfúgios de sub-reticiamente afastarem os seus rivais da cena cultural, social ou política. E muito mais poderíamos analisar nesta nossa cultura e neste nosso mundo” exemplificou o prelado.

O bispo de Angra acrescenta, de resto, que o caminho proposto por Deus é outro: “valoriza a identidade de cada pessoa, de cada povo, de cada raça, credo, oferece  a componente necessária para que aquilo que poderia ser motivo de separação se torne em harmonia, paz, concórdia, partilha mútua e serviço de uns aos outros” e que  “quando partilhados são enriquecimento mútuo”.

“Dadas as fracturas pessoais e comunitárias, a grande missão que nos ocupará no futuro, que começa já agora, será de reconciliação. Pelo conhecimento cientifico, técnico, humanístico, verdadeiramente assimilados e integrados no crescimento pessoal integral, sentiremos o apelo a reconstruir uma nova sociedade no qual o amor será o fundamento desta mesma edificação” prosseguiu.

D.João Lavrador deixou ainda uma palavra sobre o Sínodo dos Jovens, que está a decorrer em Roma até dia 28 deste mês.

“É uma grande graça para a Igreja e para a sociedade e uma grande esperança para a juventude que coloca os olhos na Igreja em busca de respostas à sua realização” disse recordando que este ano na diocese de Angra já foi dado um passo importante nesse processo de escuta dos mais novos, através da realização do I Congresso Diocesano de Juventude.

“A Igreja diocesana, através do serviço para a Pastoral Universitária, quer oferecer-vos o serviço de acompanhamento e de diálogo para que o vosso crescimento se faça de maneira integral e que aceiteis caminhar segundo a renovação que o Espirito Santo oferece a todo aquele que queira caminhar movido pelo seu sopro vital”, concluiu.

 

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