Bispo de Angra diz que a Quaresma é uma nova oportunidade que se abre  aos cristãos e a toda a humanidade para o reencontro com Deus

D.João Lavrador desafia diocesanos à sobriedade, à simplicidade e humildade

O bispo de Angra disse esta tarde durante a homilia da Missa de imposição de cinzas, celebrada na Sé de Angra, que a Quaresma que agora se inicia é um tempo favorável à aproximação a Deus e os cristãos têm o dever de ser “embaixadores” desta boa nova convidando a “humanidade à reconciliação com Deus”.

D.João Lavrador lembra que perante o “secularismo agressivo que despreza Deus”, a “indiferença acerca de tudo o que diga respeito à transcendência divina”, “o domínio do materialismo consumidor da dignidade humana”, o relevo dado ao “egoísmo, à autoreferência e ao individualismo”, também “nos é exigido a nós hoje tocar a trombeta, o ordenar um jejum, convocar a assembleia dos nossos contemporâneos e proclamar a Boa Noticia da presença de Deus que quer manifestar o Seu perdão e abraça-nos com a sua ternura e misericórdia” disse D. João Lavrador.

O prelado diocesano destaca a Quaresma como tempo favorável à conversão  para a qual é precisa  sobriedade.

“Só numa vida austera, simples, humilde, tão só através do arrependimento que se desprende da contemplação do rosto amoroso de Deus e pelo desejo de mudança de vida, se dá a volta de todo o coração” afirmou, frisando que se trata de um apelo a toda a humanidade.

“Esta exigência de conversão e de regresso ao seio do pai, sendo prioridade para os baptizados, é-o para toda a humanidade que progressivamente se foi afastando de Deus”.

“O Evangelho adverte para tudo aquilo que sendo fingimento, exteriorismo, orgulho e vaidade, afasta de Deus e condena a pessoa humana ao vazio e à frustração. Entremos no santuário do nosso coração e deixemos que Deus nos fale e nos conduza pelo Seu amor” refere ainda o bispo de Angra.

O bispo de Angra lembrou o significado desta celebração que marca o inicio da Quaresma, um tempo de “escuta”, “de lágrimas”, e de “jejum”.

“O gesto das cinzas que recebemos nas nossas cabeças é de profundo significado que nos faz sentir que na humildade e na simplicidade podemos alcançar a misericórdia. Liga-nos a toda a humanidade frágil e mortal, mas manifesta também o poder de Deus que ultrapassa o nosso pecado, a nossa miséria e tem para nós desígnios de amor e de vida” esclareceu D. João Lavrador pedindo aos diocesanos, a partir do Evangelho, que abandonem uma vida individualista, marcada pela exterioridade e pelo fingimento. Em contraponto, propõe um caminho de “escuta da Palavra de Deus, da celebração dos sacramentos, nomeadamente do sacramento da reconciliação, da oração mais frequente, da partilha generosa com os irmãos mais pobres e da contemplação dos sinais que fazem progredir nas diversas etapas da vivência quaresmal”.

D.João Lavrador convidou, ainda, os diocesanos a entregar, de forma generosa, a sua oferta da renuncia quaresmal que este ano se destina às vitimas dos incêndios das dioceses de Portalegre – Castelo Branco e Viseu.

A quarta feira de cinzas inicia a Quaresma, que é um período de 40 dias em que os cristãos são convidados à oração, à penitência e ao jejum.

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