Bispo de Angra diz que Sagrada Família é um exemplo da nova humanidade

Respeito, caridade e amor são valores “fundamentais” para o equilíbrio da família. D. António de Sousa Braga celebrou na Sé de Angra e pediu mais atenção aos idosos.

Apesar das condições de vida serem hoje diferentes do passado, criando dificuldades ao modelo tradicional da família “há valores que são perenes e que todos os cristãos devem defender e promover”, disse este domingo o Bispo de Angra durante a Eucaristia na Sé, que assinalou a Festa da Sagrada Família de Nazaré, “um exemplo da nova humanidade”.

D. António de Sousa Braga falou do respeito, da atenção, do diálogo e da compreensão como pilares fundamentais da vida familiar, quer no relacionamento entre pais e filhos quer nos deveres de uns e de outros.

 

“As dificuldades que os pais têm hoje em relação aos filhos não dependem só dos problemas da sociedade hodierna. Dependem também da atitude dos pais para com os filhos. Entre a atitude cómoda de inibição e de demissão em relação à intervenção educativa dos filhos e a atitude impositiva e autoritária, há o meio termo de equilíbrio, representado pela atitude de Maria e de José, respeitadora da individualidade do filho”, disse o Prelado Diocesano.

 

Para D. António de Sousa Braga o grande alicerce da família é o amor e é nessa perspetiva que se devem equacionar os problemas e as dificuldades.

 

“O melhor método na educação é amar, o que não significa mimar, mas deixar e ajudar que o filho assuma a sua vocação e o seu lugar na sociedade e na Igreja”, disse o Bispo de Angra.

 

D. António de Sousa Braga lembrou que “Deus tem para cada um de nós um desígnio” que embora “não dependa dos pais deve ser realizado pelos pais”.

 

E acrescenta que “a família só se salva e cumpre a sua missão, na medida em que for uma comunidade de amor. O que não significa anular-se, mas responsabilizar-se pelo outro, dar a vida pelo outro. Amar é procurar o bem do outro”.

 

O responsável máximo pela Igreja nos Açores deixou, ainda um apelo, aos filhos para que respeitem os pais deixando uma “advertência” para situações de grande vulnerabilidade que se prendem com o abandono a que são votados os mais velhos.

 

“Apesar de toda a sensibilidade das comunidades e da organização dos serviços oficiais e das instituições particulares, há idosos, abandonados pelos filhos, tanto nas casas de família, como em lares. Isso é inaceitável, do ponto de vista humano e cristão”.

 

Finalmente, deixou um apelo para que as famílias não sigam apenas “os critérios da mera eficiência humana” e se deixem contagiar “por outros parâmetros”, como a fé.

 

 

As famílias “devem seguir a lógica do amor, sempre imprevisível e comprometedor. É esse dom do verdadeiro amor, que queremos pedir ao Senhor para as nossas famílias, ao iniciarmos o novo ano, para que se tornem fonte de fraternidade, fundamento primário da paz, como preconiza o Papa Francisco, na Sua 1ª Mensagem para o Dia Mundial da Paz”.

 

D. António de Sousa Braga pediu, ainda, às famílias que “participem” na preparação do Sínodo dos Bispos sobre a Pastoral familiar, que se realiza em outubro do próximo ano, em Roma, respondendo ao inquérito enviado pelo Papa Francisco a todas as dioceses do mundo.

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