Papa lembra refugiados e pede respeito pelos idosos

Francisco apresentou oração pelas famílias de todo o mundo na qual sublinha o seu «caráter sagrado e inviolável».

O Papa Francisco apelou hoje no Vaticano ao respeito pelos refugiados e de migrantes, bem como a um tratamento digno dos idosos, no dia em que apresentou uma oração pelas famílias de todo o mundo.

 

“Pensemos no drama dos migrantes e refugiados que são vítimas da recusa e da exploração”, disse, antes da recitação da oração do ângelus na festa litúrgica da Sagrada Família.

 

Perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro e ligadas, via satélite, em vários santuários, o Papa evocou a experiência de Jesus, Maria e José, que tiveram de fugir para o Egito.

 

“Jesus quis pertencer a uma família que experimentou estas dificuldades, para que ninguém se sinta excluído da proximidade amorosa de Deus”, precisou.

 

A intervenção recordou que “milhões de famílias” passam hoje por esta experiência de fuga e exílio e que “quase todos os dias as televisões e os jornais dão notícias de refugiados que fogem da fome, da guerra, de outros perigos graves, em busca de segurança e de uma vida digna para si”.

 

“Em terra longínquas, mesmo quando encontram trabalho, nem sempre os refugiados e os imigrantes encontram um verdadeiro acolhimento, respeito, apreço pelos valores que transportam”, acrescentou o Papa.

 

Francisco falou também dos “exilados escondidos” que podem exisitir no seio das famílias: “Os idosos, por exemplo, são por vezes tratados como presença pesada”.

 

Segundo o Papa, a melhor maneira para ver como funciona uma família é “ver como se tratam, nela, as crianças e os idosos”, repetindo o seu conselho de que todos saibam usar, no seu quotidiano, três palavras: “Com licença, obrigado, desculpa”.

 

Francisco convidou as famílias a tomarem consciência da “importância que têm na Igreja e na sociedade”.

 

Nesse contexto, recordou que o próximo consistório (fevereiro) e a assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos (outubro), no Vaticano, vão debater o tema da família, para confiar a “Jesus, Maria e José este trabalho sinodal, rezando pelas famílias de todo o mundo”.

 

Nesta oração especial, o Papa pediu que as famílias sejam “lugares de comunhão e cenáculos de oração, verdadeiras escolas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas”.

 

“Santa Família de Nazaré, que nunca mais as famílias experimentem a violência, o fechamento e as divisões: quem quer que tenha sido ferido ou escandalizado conheça rapidamente a consolação e a cura”, acrescentou.

 

Francisco rezou ainda para que o próximo sínodo possa despertar “a consciência do caráter sagrado e inviolável da família” e a “sua beleza no projeto de Deus”.

 

O Papa dirigiu depois uma saudação especial aos fiéis que acompanharam esta oração na Basílica da Anunciação de Nazaré (Israel), na Basílica da Sagrada Família de Barcelona (Espanha) e em celebrações que “têm as famílias como protagonistas”, em particular a que reúne centenas de milhares de pessoas em Madrid, capital espanhola.

 

Esta iniciativa europeia encerra-se com uma missa na Praça Colombo, após três dias de encontro sobre o tema ‘A família, lugar privilegiado’, inspirado num discurso que Francisco pronunciou a 26 de julho, no Rio de Janeiro, durante a Jornada Mundial da Juventude.

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