Bispo de Angra pede aos diocesanos que “se libertem do egoísmo” e se “abram ao irmão”

Mensagem de preparação para a Páscoa apresenta o outro como um “dom”

O bispo de Angra apela na sua mensagem para a Quaresma de 2017, divulgada hoje, à defesa da vida “frágil” e à “libertação pessoal” para acudir aos irmãos.
“Numa sociedade com tantas crispações e numa cultura que progressivamente se vem afastando de Deus e se manifesta com inúmeras fraturas, torna-se necessária a mensagem da reconciliação com Deus e com os irmãos” refere D. João lavrador.
Na Mensagem de Quaresma, intitulada “Toda a Pessoa é um Dom de Deus”, a que o Sítio Igreja Açores teve acesso, o prelado lembra que este é o momento favorável para “sermos interpelados pela Palavra de Deus que nos ajudará a caminhar na libertação pessoal para nos abrirmos à vida de Deus que se quer manifestar em nós” e lembra a co-responsabilidade que todos têm na condução da vida de cada um.
“Toda a caminhada em direção a Deus obriga necessariamente a abrir-nos aos irmãos e descobrirmo-nos solidários uns para com os outros. A sorte do meu irmão pertence-me também a mim”, refere.
E exemplifica: “Toda a pessoa vitima da pobreza, da marginalidade e da exclusão, do desemprego, os reclusos, os famintos, os doentes e os idosos sem proteção, estão a caminhar comigo e a estender-me a mão para que lhes alivie a dor e o sofrimento”.
O bispo de Angra recorda a vida e o exemplo de Jesus de Nazaré, que na história dos homens se torna “um facto universal” e apela aos diocesanos que encarem a vida do outro “como um dom”.
Na esteira da Mensagem do Papa Francisco para esta Quaresma, o prelado sublinha que cada vida que vem ao nosso encontro “é um dom e merece acolhimento, respeito, amor”, sobretudo quando “ela é frágil”.
Na Mensagem para esta Quaresma, D. João Lavrador fala deste tempo “importantíssimo para os cristãos e para toda a sociedade” e convoca toda a diocese a colocar “o seu olhar na Páscoa de Jesus Cristo”, libertando-se do “seu egoísmo, individualismo, fechada em si e na sua história, para alcançar a vida na sua plenitude”.
O Prelado deixa votos de que a Quaresma represente “um novo começo” e recomenda as práticas tradicionalmente ligadas a este tempo de preparação para a Páscoa, “o jejum, a oração e a esmola”.
O bispo de Angra pede que as comunidades católicas promovam a sua “renovação espiritual”, participando também nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais promovem.
Na diocese de Angra e Ilhas dos Açores o fruto da renuncia, ascese e penitência destina-se ao Fundo Diocesano para as Crianças em extrema pobreza.
“Exortamos as comunidades cristãs a desenvolverem o itinerário de iniciação cristã que integra os diversos símbolos e a dinâmica de cada uma das semanas da quaresma”, adianta D. João Lavrador.
“Apelamos aos sacerdotes que dediquem o tempo necessário para atender os que necessitam de dialogar e receber uma palavra de conforto e de orientação e para, em nome de Jesus Cristo, oferecerem a Graça do Sacramento da Reconciliação aos que penitentemente desejam recuperar a Vida em Cristo” refere o prelado.
A Quaresma, que começa com a celebração de Quarta-feira de Cinzas (1 de março, em 2017), é um período de 40 dias marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

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