Bispo de Angra pede aos sacerdotes que “se incomodem” em vez de se acomodar

O prelado diocesano ordenou este sábado o 52º prebístero em 18 anos de episcopado

O bispo de Angra exortou os sacerdotes diocesanos a terem uma atitude ativa na defesa dos mais necessitados e desprotegidos, este sábado, durante a Eucaristia de ordenação de um sacerdote e de um diácono que se realizou na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel.

Perante uma assembleia repleta de sacerdotes de toda a ilha de São Miguel, professores do Seminário, seminaristas, familiares e amigos dos ordenandos- Ruben Pacheco (padre) e Eurico Décio Caetano (diácono)- , D. António de Sousa Braga serviu-se do Evangelho de Mateus, que narra o episódio, em que Jesus, caminhando sobre as águas do mar, vai ao encontro da barca dos discípulos, em dificuldades, devido às ondas alterosas e aos ventos contrários, para lembrar que a vida “é uma caminhada com dificuldades” perante as quais “não se deve vacilar”.

“Apesar da problemática complicada do tempo presente, é empolgante e ousado ser hoje ministro ordenado na Igreja. Não nos podemos acomodar. Temos é de nos incomodar, para encontrarmos os caminhos adequados para anunciarmos o Evangelho, vivermos a centralidade da Eucaristia e a opção pelos últimos”, sublinhou .

O bispo de Angra destacou três pressupostos para esta atitude de “vigilância” e de “ação missionária”: o primado da palavra, “que deve ser sempre de anuncio do evangelho”, assente na liturgia ; a valorização da Eucaristia e a opção pelos mais “descartáveis” da sociedade, ou seja , “os últimos”.

Reconhecendo que os tempos hoje “são outros, mudaram”, D. António de Sousa Braga destacou, uma vez mais, “a oportunidade que esta mudança apresenta” para o anúncio do Evangelho.

O responsável pela Igreja nos Açores lembrou que “a ousadia, a coragem e a esperança” devem alimentar a vida de um sacerdote para que seja sempre um elemento ativo no encontro com o outro e isso pressupõe “o abandono de uma pastoral de manutenção” e a sua substituição por uma “igreja de portas abertas, sempre em missão”.

O bispo de Angra destacou, ainda, o papel de diácono e de presbitero, para se referir a estas ordenações como um momento de ação de graças.

“Esta ordenação é um momento de graça para a Diocese”  e devemos “agradecer a Deus e a estes dois candidatos ao Sacramento da Ordem que entregam a sua vida ao serviço da Diocese. Mostremos o nosso reconhecimento a todos aqueles – pessoas e instituições – que os apoiaram, nesta caminhada exigente: familiares e amigos, nomeadamente as paróquias de origem e de trabalho, bem como o Seminário, com o seu Reitor e Equipa Formadora”, concluiu.

Ruben Pacheco é o 52º sacerdote ordenado por D. António de Sousa Braga desde que é bispo e torna-se no mais novo sacerdote da Diocese de Angra. A sua primeira paróquia será na ilha de São Jorge onde vai servir no próximo ano pastoral. Tem 24 anos, é natural de Ponta Delgada e residia na Maia. Tem mais quatro irmãos, três rapazes e uma rapariga.

Em declarações ao Portal da Diocese a mãe, Fátima Pacheco, diz que se trata “de um sonho realizado… desde os três anos e meio que sempre disse ao pai que era isso que ele iria ser”.

O pai, João Pacheco realça o facto do filho ser “boa pessoa e obediente” como ingredientes decisivos para “ser um bom pastor”.

Eurico Décio Caetano foi ordenado diácono, com vista ao sacerdócio. Enquanto o “processo está a decorrer” será colocado na ilha das Flores onde lecionará a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica. Tem 31 anos, é mestre em Teologia, pela Universida Católica, e até agora lecionou em Rabo de Peixe. Será o sexto diácono na Diocese de Angra.

Scroll to Top