Caminhada sinodal desafia comunidades a colocarem os pobres no centro da sua ação

Orientações diocesanas assentam na missão evangelizadora da igreja tendo os pobres como referência

Escutar o grito dos que sofrem e tê-los como principal referência da acção da Igreja é o desafio proposto pelo programa pastoral definido para a diocese de Angra no próximo ano pastoral, o terceiro da caminhada sinodal.

A propósito, da missão evangelizadora a partir do pobre, o documento assinala que já “não se trata já tão só de realizar algumas acções em favor dos pobres e excluídos mas sim de colocar o marginalizado e o pobre como protagonistas da sua promoção e, sobretudo, aprender a partir das características do despojado como se devem organizar as prioridades da pessoa e sobretudo do cristão” refere o texto para  2021-22.

“A par com o socorro imediato através da esmola, importa dedicar tempo e disponibilizarmo-nos para acompanhar as pessoas em carência para as tornar a elas mesmas protagonistas do seu desenvolvimento e do seu futuro” refere o documento.

“Pertence-nos a nós enquanto sociedade oferecer os meios materiais, educativos, sanitários, habitacionais, culturais e laborais para que aqueles que padecem de exclusão possam de forma integrada ser sujeitos da sua própria dignidade de seres humanos”, pode ler-se.

“Ser solidário, oferecendo apenas coisas materiais, é pouco. Urge comprometermo-nos como pessoas no acompanhar aqueles que por si sós não conseguem progredir na conquista do seu bem estar e na sua formação integral”, acrescenta.

“Deste modo sim seremos verdadeira comunidade de irmãos que partilham a vida uns com os outros”, conclui.

O documento recorda o itinerário percorrido nos últimos dois anos, na `caminhada sinodal´, que passou primeiro pela “consciencialização e mobilização” do povo de Deus para a importância da eucaristia e para a necessidade de se formarem verdadeiras comunidades cristãs e depois para a necessidade de uma leitura dos Sinais dos Tempos, para uma melhor resposta da Igreja aos problemas da contemporaneidade no arquipélago, e que culminou na Assembleia Sinodal realizada em outubro de 2020.

“Neste sentido, a partir dos desafios que se colocam à Igreja e que devem despertá-la para evangelizar em profundidade e com atenção ao homem de hoje, lançou-se um guião que servir de reflexão e que pretende convocar todos os batizados para a missão da Igreja que não é outra que evangelizar” refere o texto.

Este ano, terceiro desta caminhada, que está igualmente balizada pelo Sínodo dos Bispos, em 2022, sob o lema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, a diocese irá desenvolver duas questões relacionadas com o desafio da missão, quer das comunidades quer de cada batizado e o convite a uma ”Igreja pobre, com os pobres”.

“Para nós, será uma oportunidade para consolidarmos ainda mais a nossa caminhada sinodal e de partilharmos com a Igreja Universal da nossa experiência e das nossas expectativas” refere o documento.

“Em caminhada sinodal envolveremos os jovens que se estão a preparar para a Jornada de Lisboa” pois “é um acontecimento que marcará fortemente o dinamismo pastoral dos jovens nas nossas comunidades cristãs”, esclarece ainda.

“Reconhecemos que a pandemia, que nos tem dificultado a participação e a reunião, tem impedido um trabalho pastoral organizado e linear. Por isso, é muito natural que algumas paróquias necessitem de continuar a reflexão dos temas do ano pastoral passado neste próximo”, conclui a introdução do documento que prossegue com o esquema que irá ser desenvolvido neste terceiro ano de caminhada sinodal.

Scroll to Top