Centro Social e Paroquial Nossa Senhora da Oliveira lança marca de roupa reciclada e produtos hortícolas

Projeto de intervenção social pretende integrar pessoas com baixas qualificações sócio-profissionais

“Entre mãos” e “Pedacinho de Terra”, são duas marcas que devem ser fixadas por todos os consumidores de Ponta Delgada a partir deste  mês de julho e devem ser procuradas no Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Oliveira, na Fajã de Cima, mas também na loja Louvre Micaelense na Rua António José de Almeida, em Ponta Delgada.

Trata-se do resultado do trabalho desenvolvido no âmbito das valências sociais do Centro, no sentido de integrar e devolver alguma qualificação profissional a pessoas da comunidade paroquial que estão desocupadas, promovendo a sua integração social.

O “Entre Mãos”, ponto sem nó é um projecto que ocupa oito senhoras, voluntárias que se dedicam à reutilização de peças de roupa entregues na loja eco-solidária do Centro,  que vende roupa em segunda mão.

“Nós recebemos tudo o que nos dão. O que está bom para ser vendido aos preços da loja solidária colocamos à venda; o que não está reciclamos, fazendo tapetes, cestos, malas e outras coisas que depois possam ser vendidas e temos tido alguma adesão a este produto que já colocámos à venda numa loja do centro de Ponta Delgada”, refere Ana Beatriz Resendes, a coordenadora técnica do Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Oliveira.

“O nosso objetivo é sempre desenvolver novas competências profissionais e assim devolver auto estima aos nossos utentes, mas com este projecto gostaríamos de ir mais longe e quem sabe podermos mesmo gratificar as voluntárias que estão neste projeto, que são senhoras com baixa instrução e poucas competências profissionais, entre os 40 e os 50 anos, que estavam desempregadas e que agora dão o seu contributo desta forma tão positiva”, refere a responsável.

Esta ideia de “transformar velho em novo” nasceu no âmbito do ateliê de costura associado à loja eco-solidária que integra a rede de lojas solidárias da região, criada há cerca de 5 anos, e que uniformiza as regras de funcionamento destas lojas, quase todas ligadas a Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Já o “Pedacinho de Terra” é um projeto de intervenção social semelhante, mas destinado a homens e, neste momento, a iniciativa permitiu a integração de dois jovens ao abrigo do programa Recuperar.

Trata-se de cum projeto agrícola num terreno, doado pela Câmara Municipal de Ponta Delgada ao Centro Social e Paroquial para construção de uma creche. Como o edificio não foi para a frente e até que exista um novo destino “vamos rentabilizando este terreno com a produção de produtos hortícolas que utilizamos em primeiro lugar nas nossas valências sociais- Centro de dia e Cantinas sociais- mas que agora também começámos a comercializar”, acrescentou Ana Beatriz Resendes.

O projeto tem quatro meses e “já apresenta resultados muito concretos. Esperamos agora que a própria comunidade esteja recetiva a comprar estes produtos” da terra, que por enquanto estão à venda apenas no Centro Social e Paroquial da Fajã de Cima.

O Centro tem o estatuto de uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Tem uma valência de ATL, com 51 crianças dos 3 aos 10 anos;  um centro de dia, que acolhe 15 idosos; presta apoio domiciliário ao nível da higiene e da alimentação a 16 utentes e possui um  centro comunitário com várias áreas de intervenção. Entre elas destacam-se o núcleo de habitação (que apoia em pequenas reabilitações de casas); o centro multi atividades jovem, para crianças entre os 11 e os 15 anos e uma equipa de emergência para apoio a situações de violência doméstica.

O Centro faz ainda, apoio familiar e aconselhamento parental, atuando  ao nível da formação e  educação parental.

 

“Esta freguesia sempre apresentou um perfil de família muito marcado pela baixa instrução e qualificação profissional, uma situação que se tem tornado mais evidente com a crise”, refere a técnica de ação social, sublinhando que o “desemprego e as dificuldades são cada vez maiores, sobretudo nos últimos anos têm crescido, e isso motivou-nos também a diversificar a nossa oferta que é sempre menor do que a procura”, conclui Ana Beatriz Resendes.

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