Colégio de São Francisco Xavier reabre aulas do segundo ciclo ao fim de 30 anos de interregno

Ano letivo arranca esta segunda-feira com nova oferta formativa com valores cristãos

O Colégio de São Francisco Xavier, em Ponta Delgada, arrancou o ano letivo com uma nova oferta formativa para alunos do segundo ciclo.

A abertura de uma turma do 5º ano, composta por 18 alunos, todos oriundos do colégio desde o Jardim de infância, deveu-se “à insistência dos pais e encarregados de edução que queriam dar continuidade a um ensino de excelência como o que temos vindo a desenvolver”, disse ao Sítio Igreja Açores a diretora pedagógica do Colégio, Irmã Domingas Lisboa.

O alargamento da oferta letiva nesta instituição de ensino, liderada pelas Irmãs de São José de Cluny, que estão nos Açores desde 1893, acontece quase 30 anos depois deste ciclo ter sido suspenso.

A turma já tem todos os professores colocados; a docente de Português está a tempo inteiro e os restantes são contratados em regime de acumulação de horário entre escola pública e privada.

“O corpo docente foi a nossa grande aposta como é sempre em todos os níveis de ensino que aqui ministramos. Só assim conseguimos alcançar os resultados que temos tido e o lugar de referência que nos é atribuído”, sublinhou a diretora do Colégio de São Francisco Xavier, um dos dois colégios católicos privados orientados por congregações religiosas nos Açores.

“O horário é muito bom e conseguimos conciliar tudo de forma a que os alunos tenham as disciplinas mais exigentes do ponto de vista formativo todas concentradas no período da manhã”, que começa às 8h20.

Este é mais um passo a alargar a oferta de ensino, depois da instituição ter apostado no ano letivo passado na abertura de um berçário e creche, neste momento lotados e já com lista de espera.

“Tem corrido muito bem e nós já não conseguimos dar resposta às solicitações. Estamos a fazer um esforço para responder de outra forma e, provavelmente, no próximo ano poderemos abrir uma segunda sala para os meninos de 1 ano e mais tarde, na reabertura do próximo ano letivo 2016/2017, equacionaremos a abertura de uma segunda sala para os de dois anos”, adiantou, ainda, a religiosa.

Entre o berçário e o quinto ano de escolaridade, o Colégio de São Francisco, antigamente designado como Colégio das Mères”, tem agora mais de meio milhar de alunos.

As Religiosas de São José de Cluny, Congregação fundada por Ana Maria Javouhé, francesa, chegaram pela primeira vez aos Açores em 1893.

Formaram primeiro uma escola e depois deram apoio aos jovens carenciados através do Lar da Mãe de Deus, que acolhia crianças desfavorecidas e excluídas pelas famílias.

A Congregação tem como lema “estar em toda a parte onde há bem a fazer e dor a aliviar”.

As Irmãs e os leigos – associados, jovens cluny, amigos, candidatas à Congregação, colaboradores… – procuram cumprir à risca o desafio de trabalhar de acordo com esses ensinamentos procurando sempre honrar a “Vontade de Deus que é que todos se salvem”.

A Congregação nasceu em França e teve a sua primeira internacionalização em 1881 quando a Casa Mãe, em Paris, é contactada para disponibilizar Irmãs para irem para Angola a fim de trabalharem enquanto missionárias com os Padres do Espírito Santo.

Chega a Lisboa um pequeno grupo de Irmãs que foram hospedadas nas Irmãs de S. Vicente de Paulo, depois nas Dominicanas, em Benfica, e posteriormente num convento de Carmelitas em Carnide, que o governo português pôs à sua disposição. Aí se dedicaram à formação de Religiosas missionárias destinadas às missões de Angola.

Em Novembro de 1885 fundou-se uma segunda comunidade em Tentúgal – Coimbra- sempre com a mesma finalidade: formar Irmãs para as missões portuguesas. Seguiram-se outras fundações…no Norte.

Em 1891 abriu-se em Lisboa o primeiro Estabelecimento de Ensino. Esta foi a “Casa Mãe” do Instituto em Portugal. Outras fundações se sucederam. Com a república, em 1910, foram expulsas de Portugal e só regressaram 11 anos depois, inaugurando uma casa na Anadia.

Entre 1922 e 1966, abriram-se 20 comunidades. Posteriormente abriram-se outras, fecharam-se algumas e hoje a Província Portuguesa é constituída por 21 comunidades com um total 199 Irmãs que, “seguindo o Carisma confiado à Fundadora, realiza a Obra de Deus nos vários sectores das suas atividades: Educação, pastoral Paroquial, Solidariedade Social, Saúde e Idosos”.

A ação evangelizadora da Congregação atinge crianças, adolescentes, jovens, adultos… O campo de missão é vasto.

“É a Obra de Deus que realizamos… e quando é verdadeiramente por Deus que trabalhamos, Ele duplica as nossas forças conforme as necessidades”, dizia a Madre Fundadora.

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