Diáconos permanentes: Reitor diz que este é o momento de descobrir o verdadeiro lugar do diácono dentro de uma comunidade

Sete candidatos serão apresentados pelo Seminário à ordenação diaconal diante do bispo de Angra

 

Foto: Arquivo IA/CR

O reitor do Seminário Episcopal de Angra, padre Emanuel Valadão Vaz vai apresentar este domingo sete candidatos ao diaconado permanente da diocese e, numa entrevista ao programa de Rádio Igreja Açores recorda que o tempo é de “avaliação”.

“É o culminar de toda uma caminhada feita por estes homens que foram sendo acompanhados pela equipa do Seminário; para além da formação mais académica, também foram tendo a possibilidade de, através de encontros, de retiros, de fortalecer esta espiritualidade, de ser diácono permanente e foi um trabalho de entrega, de descoberta, de fortalecimento também da fé” afirma o sacerdote que acompanhou a conclusão de uma etapa iniciada pela anterior equipa reitoral.

O padre Emanuel Valadão Vaz diz que o papel do diácono também dependerá muito da forma como a comunidade o aceitar.

“ O diácono não é para estar colado ao padre, nem é para substituir o padre, tem um lugar muito específico, tem uma missão muito específica e é preciso que também as próprias comunidades descubram este papel e possam também elas ajudar o diácono a descobrir aquilo que são as necessidades das próprias comunidades onde estão inseridos” refere salientando o “papel fundamental” da família.

Quatro dos sete candidatos ao diaconado são casados.

“A família também é importante, e a família não pode ser desligada deste processo,  de maneira nenhuma” afirma o padre Emanuel Valadão Vaz que recorda que durante o processo formativo e de discernimento, desde o início até exatamente ao final, “tem que ter a aceitação da esposa”.

“ A esposa tem que dar o seu plachet, o seu sim, para que o seu marido possa avançar” enfatiza lembrando que nalguns encontros elas também devem participar, “inclusive,  na parte final, são chamadas novamente a dar autorização para que o marido possa ser, nesta etapa final, diácono permanente, dando o seu sim final”.

Na entrevista sobre este momento festivo da diocese, que se iniciou ainda durante o episcopado de D. João Lavrador, o reitor do Seminário recorda a missão principal dos diáconos- o serviço a todos- sendo o “testemunho e sinal de ser uma Igreja servidora”.

“O diácono tem, na sua identidade, um triplo serviço determinado a partir da caridade, que dá uma certa consistência aos outros dois serviços, da palavra e da liturgia”, acrescentou.

“O seu papel fundamental é, exatamente, junto daqueles que estão mais distantes. Podemos chamar de as periferias essenciais, que podem ser muitas formas, trabalho com pessoas que estão mais isoladas, portanto, há um trabalho muito importante que seria interessante nós descobrirmos que é, exatamente, junto das famílias enlutadas, por exemplo, junto dos trabalhadores, junto dos doentes. Há muitas áreas onde nós podemos perceber qual é o papel verdadeiro dos diáconos”, adianta o sacerdote.

Nesta entrevista, o padre Emanuel Valadão Vaz faz um balanço deste primeiro ano em que o Seminário Episcopal de Angra teve apenas um aluno do sexto ano que optou por completar o sexénio nos Açores, quando os colegas foram para o Seminário do Porto.

“As mudanças são sempre coisas que nos retiram algumas seguranças e a mudança para o Porto dos nossos seminaristas evidentemente que foi uma mudança grande. Mas, penso que ao longo do ano fomos percebendo que a mudança foi positiva a vários níveis, inclusive que a resposta dada pelos alunos a nível académico tem sido uma experiência muito enriquecedora para eles, percebendo-se que a formação feita no Seminário foi uma formação que os ajudou bastante e que não tiveram grande dificuldade a nível académico a integrar-se na Faculdade de Teologia”, disse o reitor.

“Evidentemente que a nível do ritmo de vida, dos ritmos da casa, houve uma mudança grande, que foi mais difícil para este caminho pois é uma vida comunitária diferente”, disse, por outro lado.

“Aqui há um caminho a fazer-se, mas tem sido positivo, as experiências que também  têm tido a nível pastoral  têm ajudado a aproximar-se mais, quer a nível interno quer também do conhecimento das comunidades locais. No todo tem sido uma experiência bastante positiva”, concluiu.

Dos quatro alunos que foram para o Porto, um que se encontrava em processo de discernimento no ano propedêutico desistiu. Este ano está prevista a entrada de mais um aluno para o chamado ano zero.

“É de salientar o papel do ano do Propedêutico, que é essencialmente o papel de um ano de discernimento, de clarificar vocação e de dar ferramentas também para se avançar, principalmente aqui para o curso da teologia”, conclui o sacerdote.

A entrevista ao programa de rádio Igreja Açores vai para o ar depois do meio dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, num dia especialmente festivo para a diocese que celebra o Jubileu dos Sacerdotes.

“Precisamos reforçar a unidade na diversidade que nós somos e precisamos que os sacerdotes reaprendam a gostar de si mesmos”- Vigário Episcopal para o Clero

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