Diretor do Serviço Diocesano da Liturgia desafia cristãos a valorizarem mais a Bíblia

Padre Marco Luciano Carvalho sublinha “visão profética” do Papa Francisco: a Palavra de Deus “é o que nos une a todos”

Uma exposição com exemplares da Bíblia do século XVIII, uma espécie de montra do que se escreve e diz sobre a Bíblia nos nosso dias e trabalhos de crianças e jovens da catequese sobre a Bíblia e a Palavra de Deus constituem o património que vai estar em exposição entre o próximo sábado e o final da próxima semana na Sala do Tesouro da Matriz da Horta para assinalar o Domingo da Palavra de Deus, criado pelo Papa Francisco em setembro do ano passado

“Esta iniciativa é uma resposta ao apelo do Papa que nos convida a valorizar a Palavra de Deus” afirmou ao Igreja Açores o diretor do Serviço Diocesano de Liturgia a propósito do Domingo da Palavra de Deus, que se assinala a 26 de janeiro, no III domingo do Tempo Comum, um dia depois de terminar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

“A palavra de Deus é o que nos une e o Papa ao definir este domingo está a pedir-nos para valorizarmos o que nos une”, refere o sacerdote adiantando que este ano ainda não existirão iniciativas diocesanas. Na verdade, o calendário da diocese foi definido antes da decisão do Papa Francisco, e o Dia Diocesano da Palavra de Deus foi agendado para o II domingo do Tempo Comum tendo sido assinalado em grande parte das paróquias açorianas, no último fim de semana, com a Festa da Palavra em várias salas de catequese e consequente entrega da Bíblia às crianças do quarto ano.

Sobre a importância deste dia, o padre Marco Luciano Carvalho adianta que “O Papa Francisco pega naquilo que é essencial: a palavra de Deus que nos une a todos, de diferentes religiões ma, também nos alerta para o facto da palavra de Deus estar em tudo, na vida concreta, nos sacramentos” refere o responsável diocesano da Liturgia.

“Na missa somos convidados para o banquete da eucaristia mas antes somos servidos com o banquete da Palavra de Deus e por isso este dia agora decretado pelo Papa Francisco é como que um repto para que nos unamos todos num só rebanho, seguindo um só pastor”.

“É na palavra de Deus que saciamos a nossa sede”, acrescentou ainda.

Em setembro de 2019, o Papa Francisco divulgou a carta apostólica ‘Aperuit illis’ (‘Abriu-lhes o entendimento’) onde anuncia a instituição de um “Domingo da Palavra de Deus”, celebração anual nas comunidades católicas que visa promover a “familiaridade” com a Bíblia.

“A Bíblia não pode ser património só de alguns e, menos ainda, uma coletânea de livros para poucos privilegiados”, escreve Francisco nesse documento, acrescentando que a celebração do Domingo da Palavra de Deus acontece em cada ano no III Domingo do Tempo Comum do calendário litúrgico, visando “a celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus”.

Francisco pede, na referida Carta Apostólica, que a proclamação da palavra seja cuidada e sublinha a “grande responsabilidade” dos pastores em “explicar e fazer compreender a todos a Sagrada Escritura”.

O Papa escolheu o terceiro domingo do Tempo Comum por ele se situar na proximidade da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, a qual se celebra entre 18 e 25 de janeiro.

“Este domingo da Palavra de Deus colocar-se-á, assim, num momento propício daquele período do ano em que somos convidados a reforçar os laços com os judeus e a rezar pela unidade dos Cristãos. Não se trata de mera coincidência temporal: a celebração do Domingo da Palavra de Deus expressa uma valência ecuménica, porque a Sagrada Escritura indica, a quantos se colocam à sua escuta o caminho a seguir para se chegar a uma unidade autêntica e solida”, escreve o Papa.

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