“É preciso acelerar o coração da humanidade para a urgência da paz, sobretudo dos decisores políticos”- Bispo de Angra

D. Armando Esteves Domingues presidiu pela primeira vez à festa de Nossa Senhora da Oliveira

Foto: Igreja Açores/CR

A paróquia da Fajã de Cima, em Ponta Delgada, viveu este domingo um momento histórico na celebração da festa de Nossa Senhora da Oliveira, a sua padroeira ao receber pela primeira vez em 55 anos, a visita de um bispo que presidiu à solenidade mariana, que está profundamente enraizada na devoção da comunidade local.

“O mundo inteiro reza unido pela paz. É preciso acelerar o coração da humanidade para a  urgência da paz, sobretudo dos decisores” e Maria “é um bom modelo para nos inspirar na construção da Paz porque ela é a rainha da paz. Por isso, hoje aqui esta Senhora da Oliveira é invocada como a Senhora da Paz, a Senhora da Esperança”, disse D. Armando Esteves Domingues que lembrou que onde há uma festa mariana “há uma interpelação pessoal especial”.

“Uma alma que se entrega a Deus encontra sempre a paz. Com Maria, Deus inaugurou uma nova humanidade. Por isso a invocamos como Rainha da Paz, ela que conduz a Cristo, a verdadeira paz”, afirmou o prelado que na sua homilia recuperou ideias deixadas pelos Papas Bento XIV e João Paulo II e por duas santas, Santa Teresa de Ávila e Santa Faustina kowalska.

“Ela hoje é a Senhora da Esperança e da Paz, com um ramo de Oliveira na mão. Uma mãe, até em silêncio, tem sempre uma palavra para dizer ao seu filho. Maria é sinal de uma esperança sempre viva que nunca morre”, afirmou o prelado sublinhando a urgência da Paz num mundo marcado por conflitos, guerras e desesperança.

A partir da liturgia e tendo presente a invocação da Senhora da Oliveira, o bispo de Angra  desafiou os presentes a serem  “pequenas oliveiras na vida quotidiana”, mesmo diante das adversidades.

“Tal como as oliveiras que não vergam nem se partem diante de um vento qualquer, sejamos nós pequenas oliveiras e não percamos a esperança nem nunca desistamos de como Maria deixarmos o nosso coração moldado a Deus nem nunca desistamos de construir a paz à nossa volta” disse D. Armando Esteves Domingues.

Segundo os registos históricos, lembrados pelo pároco, a última vez que um bispo esteve presente nesta festa foi há 55 anos, em 1970, durante o episcopado de D. Manuel Afonso Carvalho, ocasião em que também marcou presença D. José Paulo Tavares, bispo de Macau, aquando da coroação da imagem de Nossa Senhora.

O pároco da Fajã de Cima, padre Hélder Cosme, destacou o significado desta visita, afirmando que “é um privilégio ter o bispo a celebrar connosco, porque, embora seja natural que os bispos visitem todas as comunidades, não é comum tê-lo como pregador numa festa paroquial”.

Durante a celebração 11 adolescentes celebraram a Profissão de fé, depois de ontem o bispo ter presidido à celebração do sacramento do Crisma.

“A salvação não é um privilégio que se ganha pelos sacramentos” referiu D. Armando Esteves Domingues mas “pede responsabilidade nas escolhas  que orientam a nossa existência, moldando-as à vontade de Deus como Maria e Jesus fizeram até ao fim”, referiu.

Esta tarde a Imagem de Nossa Senhora da oliveira percorrerá as principais artérias da freguesia acompanhada de mais 11 andores enfeitados pela comunidade. A Festa paroquial termina amanhã à meia noite com o sermão de despedida da imagem.

 

 

 

 

 

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