Exposição inédita sobre o património das catedrais diocesanas portuguesas mostra duas peças dos Açores

Iniciativa é promovida pela Direção Geral do Património e Pela Comissão Nacional dos Bens Culturais da Igreja

A diocese de Angra estará presente na  exposição inédita sobre o património das catedrais do país, com 110 peças, muitas delas tesouros nacionais, e que será inaugurada na terça-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Intitulada “Na Rota das Catedrais – Construções (d)e Identidades”, a mostra é inaugurada na terça-feira, dia 26 de junho, às 18:30, e ficará patente ao público de 28 de junho a 30 de setembro deste ano, na Galeria D. Luís.

“Esta exposição mostra um pouco do melhor que existe em todas as catedrais, edifícios muito importantes para a constituição de uma identidade nacional, secular, relacionada com os inícios da fundação da nacionalidade”, disse à agência Lusa o comissário da mostra, Marco Daniel Duarte, historiador de arte e diretor do Museu do Santuário de Fátima.

Trata-se de uma iniciativa da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, que assinaram em 2009 um acordo de cooperação para desenvolvimento do projeto “Rota das Catedrais”.

A iniciativa abrange todo o território português, e envolve parceiros locais, regionais e nacionais – através dos cabidos, paróquias e direções regionais de Cultura – a par de outras entidades, e que ao longo destes anos resultou em diversas ações de valorização do património envolvido.

Os objetos expostos vão do mobiliário à ourivesaria, passando pela pintura, matéria têxtil, escultura, peças ligadas à prática litúrgica, livros antigos e partituras musicais.

A catedral da diocese de Angra estará representada por duas peças: um livro de música de 1617, estudado pelo musicólogo Luís Henriques e que constitui um dos 14 exemplares em todo o mundo e um par de luvas episcopais.

“A partir desta exposição cultural e científica podemos olhar este património de forma mais consistente, valorizá-lo e amá-lo, um verbo que às vezes é tão difícil de usar, mas que é fundamental, porque só quando o amamos, podemos identificar e conseguimos preservar para as gerações que vêm a seguir”, sublinhou o comissário à Agência Lusa.

Entre as 113 peças – muitas delas tesouros das catedrais, ou vindos de museus, bibliotecas e arquivos – estão pinturas, paramentos, documentos, objetos de culto e esculturas.

De acordo com o comissário, as peças percorrem um longo período temporal: a peça mais antiga é um prato de cerâmica do século VIII antes de Cristo, descoberto em escavações na Sé de Lisboa, e a mais recente uma escultura “Pietá” de José Rodrigues, já do século XXI, da Catedral de Bragança.

A exposição é feita com peças de catedrais de norte a sul do país, incluindo Madeira e Açores, em diálogo umas com as outras, através de um “discurso muito pedagógico”, para mostrar ao visitante o que é uma catedral, “e o que a distingue de uma outra igreja, mesmo sendo importante”.

Por outro lado, “mostram também que, nestes espaços, se encontra uma lição da História da Arte, que vai desde os tempos anteriores à nacionalidade, até aos dias atuais”.

Igualmente em declarações à agência Lusa, a arquiteta Paula Silva, diretora-geral do Património Cultural, apontou que “dificilmente este momento se repetirá”, com um tão grande número de peças provenientes de catedrais de todo o país, de museus e de bibliotecas.

“É um momento único, e o objetivo desta exposição é voltar a chamar a atenção para a Rota das Catedrais, e dar-lhe uma nova dinâmica, convidando os visitantes a visitá-las”, salientou.

Nesse sentido, será lançado um roteiro para o público realizar as visitas.

O bilhete de acesso tem o valor de cinco euros, só para a exposição, ou de oito euros, para a exposição e o Palácio Nacional da Ajuda, e o horário funciona das 10:00 às 18:00, todos os dias, exceto à quarta-feira.

(Notícia corrigida às 23:25)

(Com Lusa)

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