Fajã do Santo Cristo em festa no primeiro fim de semana de setembro

Santuário do Santo Cristo da Caldeira recebe peregrinos de todas as ilhas

Este fim de semana, a Fajã do Santo Cristo, em São Jorge, enche-se de peregrinos que rumam até à caldeira para participar nas festas em honra do Senhor Santo Cristo da Caldeira, que dá nome ao mais pequeno dos santuários diocesanos dos Açores.

As festas em honra do Senhor Santo Cristo da Caldeira realizam-se anualmente no verão, no primeiro domingo de setembro, venerando-se uma imagem uma imagem que se encontra no Santuário diocesano com o mesmo nome. Trata-se de um dos três santuários cristológicos da Diocese de Angra e está situado numa zona considerada Reserva Natural desde 1984.

Todos os anos no primeiro fim de semana de setembro é cumprido o “voto” da festa e aqui acorrem “crentes e não crentes” e todos participam no “Sermão da Praça”, no domingo.

A festa tendo dimensão de ilha, aliás chama também muita gente da Graciosa, do Pico e da Terceira que acampa durante estes dias na Caldeira, é presidida e celebrada pelos sacerdotes da ilha.

O programa religioso começa no sábado, dia 1 de setembro com uma missa às 20h00; prossegue no domingo com uma missa de acolhimento dos peregrinos, às 9h00 e outra, a chamada missa de festa, às 11h00. À tarde realiza-se a procissão cujo giro impõe uma volta à Lagoa. É no decurso dessa procissão que há o momento de oração e o Sermão da Praça.

A lenda que deu origem ao culto conta que um pastor deixou o seu gado a pastar, descendo a uma lagoa onde apanhou lapas e ameijoas. Ao parar para descansar contemplou um objeto na água a flutuar e viu que era uma imagem em madeira do Senhor Santo Cristo. Surpreendido com o achado, pegou na imagem, molhada e inchada de estar na água, e levou-a para terra seca. Ao fim do dia, quando voltou para casa fora da fajã, levou a imagem e colocou-a em local de destaque numa das melhores salas da sua casa. No outro dia de manhã a imagem tinha desaparecido. Depois de procurarem por toda a casa e de já terem dado as buscas por terminadas, ele foi de novo encontrado, dias depois, na mesma fajã e local onde tinha sido encontrado da primeira vez. Foi levado várias vezes para o povoado fora da rocha, e durante a noite a imagem voltava sempre a desaparecer, até que alguém disse: “O Santo Cristo quer estar lá em baixo na fajã à beira da caldeira, pois que assim seja”.

A Lenda da Caldeira de Santo Cristo é uma tradição da ilha de São Jorge e relaciona-se com as crenças populares numa terra onde a luta do homem com a natureza foi constante e onde, por séculos, as necessidades básicas do dia-a-dia foram prementes.

Além do programa religioso há também atividades culturais e recreativas, com particular destaque para a animação noturna e para as “sopas do Espírito Santo” que são servidas a todas as pessoas que se encontram na Caldeira.

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