“Falta, ainda, uma verdadeira cultura dos cuidados paliativos” – Presidente da Academia Pontifícia para a Vida

 O presidente da Academia Pontifícia para a Vida (Santa Sé) afirmou que é necessária uma “cultura dos cuidados paliativos”, em mensagem aos organizadores das Jornadas de Cuidados Paliativos que vai decorrer a 16 e 17 de março, em Lisboa e Fátima.

“Falta, ainda, uma verdadeira cultura dos cuidados paliativos, seja a nível mais popular, seja a nível político, civil e no mundo da economia”, escreveu D. Vincenzo Paglia.

No texto enviado hoje à Agência ECCLESIA, o presidente da Academia Pontifícia para a Vida (APV) alerta que, “muitas vezes”, se confunde paliativo com “inútil e com aquilo que se proporciona antes da morte”.

“Os cuidados paliativos fazem parte da vida, dão vida, melhoram a qualidade da existência e, sobretudo, são a realização mais profunda do apelo de nosso Senhor Jesus, o de ficarmos sempre ao lado do doente”, desenvolveu o arcebispo italiano.

Neste contexto, D. Vincenzo Paglia assinala que no doente, “no irmão e na irmã que sofrem”, se encontra “o rosto de Deus”.

“Esta Academia tem falado muito, por todo o lado, da importância de deixar que o povo inteiro conheça e aprofunde a bela realidade dos cuidados que os doentes graves merecem na altura mais difícil da sua vida”, desenvolve.

As jornadas da APV são coorganizadas pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e a Associação dos Médicos Católicos Portugueses, com o apoio da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos; começam a 16 de março, no Auditório Principal da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com uma sessão de “cariz eminentemente científico”.

A organização assinala que a sessão de abertura vai contar com a presença de D. Vincenzo Paglia, e que no encerramento vai marcar presença o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo Sousa.

“Agradeço, desde já, a valiosa e relevante presença do senhor presidente da República Portuguesa, a quem endereço o meu agradecimento pelo seu interesse e por toda sua ação em prol da vida”, escreve o presidente da Academia Pontifícia para a Vida.

No dia 17 de março, a jornada prossegue em Fátima, primeiro “com o propósito da sensibilização e informação sobre a cultura e a prática dos Cuidados Paliativos” no Centro Pastoral Paulo VI; a “causa dos Cuidados Paliativos” vai ser consagrada a Nossa Senhora de Fátima, na Capelinha das Aparições, numa celebração presidida pelo cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.

“Encontrar-nos-emos em Portugal e, em Fátima iremos pedir à Mãe de Deus para que abençoe este nosso caminho comum juntamente com toda a Igreja portuguesa e o seu povo”, assinala D. Vicenzo Paglia.

Academia Pontifícia para a Vida desenvolveu um ‘Livro Branco’ onde descreve o amplo esforço liderado por especialistas, de diferentes crenças, para “desenvolver recomendações para melhorar os cuidados paliativos globais” e realça que são “necessários avanços” nestes cuidados de saúde para ajudar “mais de 25 milhões de pessoas que morrem a cada ano com graves problemas de saúde”, pois a atual oferta de cuidados paliativos não pode atender à crescente demanda.

Em 2016, a Conferência Episcopal Portuguesa publicou a Nota Pastoral ‘Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um diálogo sereno e humanizador’, na qual os bispos católicos afirmam que “nunca é absolutamente seguro que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia”.

(Com Ecclesia)

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