Igreja Católica atenta às “realidades de carência social e económica emergentes” das famílias açorianas

XI sessão plenária da Conselho Pastoral Diocesano terminou este domingo em Ponta Delgada

O Conselho Pastoral Diocesano, um dos dois órgãos de consulta mais importantes do bispo na diocese de Angra, elegeu como prioridade pastoral a ação social, alertando para “uma realidade social preocupante”, com particular destaque para a “carência social e económica” que as famílias atravessam nos Açores.

“A partir da realidade social preocupante e à luz dos dinamismos do Ano Santo da Misericórdia, o Conselho aprovou por unanimidade a Pastoral Social como prioridade para o próximo ano” refere o comunicado final do Conselho Pastoral Diocesano que esteve reunido em Ponta Delgada este fim de semana.

“A Igreja Diocesana, à luz da Doutrina Social da Igreja, reafirma o seu compromisso de denúncia profética, de acompanhamento e de cooperação na busca de resposta para as situações socialmente emergentes, sem perder de vista a promoção de medidas concretas que contribuam para a alteração das estruturas injustas”, salienta o Comunicado.

Depois de três dias de intenso debate, a partir de um instrumento de trabalho onde os serviços e estruturas diocesanas, maioritariamente compostas por leigos foram convidados a refletir sobre as prioridades da vida pastoral; a religiosidade popular e a misericórdia, os cerca de 40 conselheiros destacaram ainda a importância de uma grande articulação entre a pastoral social e a familiar.

“Tendo em conta a Exortação Apostólica “A alegria do amor”, a realidade concreta da família no contexto da diocese e dos Açores, e a necessidade de continuar o desenvolvimento do trabalho realizado, propõe-se adequar esta pastoral com as realidades de carência social e económica emergentes”, refere o comunicado final.

A partir da visita da Imagem da Virgem Peregrina e tendo em conta o horizonte do Centenário das Aparições em Fátima, que se celebra no próximo ano, os conselheiros apelaram “a uma atenção privilegiada à sua dimensão evangelizadora, aos seus valores intrínsecos e a uma boa prática celebrativa” em todas as manifestações de religiosidade popular desde as Festas do Divino Espírito Santo até às romarias quaresmais sem esquecer as festas dos padroeiros.

“Constatando-se que a cultura atual privilegia a informação, o entretenimento e a tecnologia, sentiu-se a exigência de uma formação adequada a todas a idades e ambientes, sempre direcionada para a missão. Esta formação deve desenvolver-se a nível de diocese, de ouvidoria e de paróquia, sobretudo nas áreas apontadas”, refere por outro lado o comunicado final.

O conselho lembrou “reconhecidamente” o trabalho desenvolvido pelo bispo D. António de Sousa Braga ao longo dos 20 anos de episcopado na diocese insular e saudou o novo prelado residencial que pediu a todos os conselheiros um “compromisso e coresponsabilidade” na missão da Igreja.

O Conselho Pastoral Diocesano é o órgão de consulta do bispo, maioritariamente composto por leigos. Reúne de dois em dois anos, mas devido ao inicio de uma novo episcopado e dado processo de reformas que estão a ser ponderadas com vista a uma reestruturação da diocese, deverá reunir já no inicio do próximo ano.

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