Igrejas da diocese juntam-se à catedral e celebram missa de sétimo dia por D. António de Sousa Braga

Em todas as igrejas insulares haverá hoje uma intenção especial pelo Bispo Emérito, que faleceu no passado dia 22 de agosto

A Missa de sétimo dia por D. António de Sousa Braga foi celebrada esta tarde na Catedral, em Angra, às 18h00, na presença da família e presidida pelo Administrador Diocesano.

O Cónego Hélder Fonseca Mendes elogiou o bispo emérito de Angra, apresentando-o como um exemplo de humildade para toda a Igreja, em especial nos Açores.

Na reflexão que fez , a partir da liturgia deste domingo, que exalta a humildade não como uma desvalorização de si mesmo, mas naquele realismo saudável que nos faz reconhecer as nossas potencialidades e também as nossas misérias, o cónego Hélder Fonseca Mendes sublinhou que o bispo de Angra, falecido na passada segunda-feira, “viveu profundamente a humildade e a gratuitidade” de que fala o Evangelho, contrapondo o humilde ao soberbo.

“O soberbo levanta muros altos à sua volta e diz para si `eu basto-me a mim mesmo, não preciso dos outros nem tão pouco de Deus´. Trata-se de uma pessoa fechada em si. Que pode inchar” referiu o Administrador Diocesano, salientando, por outro lado, que o humilde é o que sai de si para o outro.

“A humildade não é um prejuízo para perdedores” disse.

Já no que respeita à gratuidade, o sacerdote apresentou-a como uma condição essencial do cristão, que dá sem esperar a retribuição, e deixou criticas à cultura de hoje em que as relações são baseadas em trocas ´interesseiras´.

“Na mentalidade cultural atual, tornamos praticamente todas as relações comerciais: as refeições, os banquetes e até os funerais. Eu vou ao que devo. Tornamos as relações pessoais numa folha de deve e haver. Ficamos ofendidos se alguém não nos convida, pois achamos merecer esse convite” sinalizou.

“Convidamos pessoas em função de um «capital social» como se fosse um investimento para que esse capital fique ali para quando for preciso ir levantá-lo, como se fosse ao bancos”, afirmou.

“Os nossos convites são tantas vezes interesseiros, isto é, a quem nos pode pagar. Ora é precisamente isso que o evangelho contesta. Se convidares os que não te podem pagar «serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos»” disse ainda para sublinhar o exemplo de D. António que deve servir de motivação para todos os cristãos.

Na Sé, naquela que foi a cátedra do bispo emérito durante 20 anos, está um memorial em honra do 38º bispo de Angra que faleceu em Lisboa, vítima de uma paragem cárdio-respiratória.

Em Santa Maria, terra natal do prelado  e a ilha onde foi sepultado o corpo, esta manhã na Igreja Matriz de Vila do Porto foi celebrada também uma missa, “em união com toda a igreja diocesana em especial com a Catedral”, lembrou o padre Carlos Espírito Santo que começou por sublinhar que D. António de Sousa Braga é “uma referência para nós, sobretudo para os marienses que tinham um orgulho neste bispo da nossa terra”.

A partir da liturgia hoje proclamada, o sacerdote lembrou que a humildade que Jesus ensina é semelhante àquela que caracterizou D. António.

“A humildade faz-nos reconhecer o que somos e a vontade de aprender” disse ao destacar que “D. António de Sousa Braga é o exemplo vivo do que nos ensina hoje o evangelho: ele sendo grande nunca usou a sua condição de bispo para se impor ou para fazer valer a sua vontade”.

“ Na sua humildade criou a proximidade, criou laços e ligações. E foi através da sua forma de ser humilde que congregou à sua volta tanta gente. Nunca precisou de se exaltar a si próprio porque através dos seus gestos simples mas próximos fazia com que as pessoas gostassem dele. E por isso todos o amavam. Esse é o exemplo que devemos seguir”, disse o padre Carlos Espírito Santo, que serva na ilha in solidum com o padre Rui Silva.

“Tal como Deus se aniquilou a si próprio para chegar aos filhos da Terra, também D. António, seguidor de Jesus, por onde passava deixava sempre uma palavra um sorriso que nos confortava” afirmou ainda.

“D. António foi um homem e um bispo bom. É e será sempre o nosso bispo”.

Esta tarde, às 17h00, também na Igreja Matriz de São Sebastião, em Ponta Delgada, será celebrada uma Missa por D. António de Sousa Braga. De manhã, também na Igreja Paroquial de Santa Barbara das Ribeiras, na ilha do Pico, foi celebrada uma missa por D. António de Sousa Braga.

 

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