Imagem do Senhor da Pedra desafia a um encontro verdadeiro com Deus

Vigário Geral da Diocese de Angra presidiu ao primeiro grande momento religioso das festas do Senhor Bom Jesus da Pedra, em Vila Franca do Campo

Este domingo todos os caminhos de São Miguel convergem para Vila Franca do campo onde a celebração da Eucaristia e da procissão solenes marcam as festas do Senhor Bom Jesus da Pedra, em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, que este ano são presididas pelo Vigário Geral da Diocese de Angra, Cónego Hélder Fonseca Mendes.

As Festas em honra do Senhor da Pedra realizam-se anualmente, no último domingo de agosto, e são promovidas pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, uma das mais antigas dos Açores e que é presidida por Ricardo Rodrigues, advogado e presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo.

Não se sabe ao certo a data a que remonta este culto; apenas se sabe que a imagem terá dado à costa dentro de uma caixa dirigida à Santa Casa da Misericórdia; foi encontrada pelos pescadores que a entregaram à guarda da instituição.

Esta ideia de encontro “de Alguém que se quer encontrar connosco” foi de resto o mote para a meditação da palavra, no primeiro grande momento de manifestação de fé dos vilafranquenses, na altura da mudança da imagem da igreja da Misericórdia, onde se encontra durante todo o ano, para a Igreja Matriz onde permanece nestes dois dias de festa.

Começou por fazer uma referência a este lugar como a “primeira experiência de organização urbana civil e eclesiástica” e, por isso, Vila Franca do Campo “é um lugar histórico onde tudo começou na ilha de São Miguel”.

“Estamos aqui, no lugar de origem da vida urbana em São Miguel e ainda há pouco passámos da escuridão da rua para a luz do santuário para nos encontrarmos uns com os outros, para recuperar a esperança e aprender a sabedoria da vida, buscando a salvação naquele Deus que deu a vida por nós”, disse o Cónego Hélder Fonseca Mendes.

Fazendo uma analogia entre a escuridão e a luz, o sacerdote lembrou que “ninguém se faz cristão de um momento para o outro; temos de ser tocados”.

E, segundo o Vigário Geral, devemos deixar-nos encontrar tal como “esta Imagem que foi encontrada pelos pescadores e que é a de alguém que se quer encontrar connosco”, em diferentes lugares e ocasiões, desde a Sagrada Escritura, à liturgia, sem esquecer a oração pessoal e comunitária, junto dos pobres ou no meio de uma comunidade de fé, “como esta de Vila Franca”.

O Cónego Hélder Fonseca Mendes deixou, ainda, uma palavra sobre o atual momento que a Europa atravessa, com a crise dos refugiados ou o avanço do auto proclamado Estado Islâmico “cuja irracionalidade” leva à decapitação de pessoas e à destruição de cidades e templos inteiros.

O sacerdote deixou um apelo “ao encontro com estes irmãos”, ao seu “acolhimento”, sublinhando que “nestes casos o Senhor da Pedra é muito mais do que uma imagem; Ele é de carne” e deve estimular o “encontro do amor”.

As festas do Senhor Bom Jesus da Pedra decorrem desde o passado dia 26 e prolongam-se até dia 2 de setembro. Este domingo celebra-se a Eucaristia e realiza-se a procissão solene, ambas presididas de novo pelo Cónego Hélder Fonseca Mendes.

Além dos eventos religiosos há um cartaz cultural e recreativo que tem passado por espectáculos de música popular, Folclore, teatro, exposições e gastronomia.

 

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