Jornadas teológico-pastorais sobre a sinodalidade marcam recomeço das atividades pastorais na diocese de Angra

Encontros estão marcados para os dias 13, 15 e 17 de setembro

O padre Sérgio Leal da diocese do Porto, licenciado e a concluir o doutoramento em Teologia Pastoral com o tema da sinodalidade, vai orientar as jornadas teológicas que marcarão o recomeço das atividades pastorais na diocese em setembro.

Os encontros com o Clero começaram hoje em Angra e prosseguem a 15 e 17 de setembro na Madalena do Pico e Ponta Delgada, respetivamente, e os dos leigos serão agendados para as mesmas datas mas em momentos diferentes e de acordo com as condições possíveis dentro do quadro sanitário que se viver na região.

“Esta é uma hora extremamente aliciante e exigente, que nos convoca para um redobrado esforço de fidelidade a Jesus Cristo e de escuta evangélica do mundo onde vivemos” escreve o bispo de Angra numa carta dirigida a todos os padres diocesanos a que o Sítio Igreja Açores teve acesso esta quinta-feira.

“Neste sentido dedicaremos as jornadas Teológico-Pastorais do inicio do ano à temática da sinodalidade na vida das comunidades cristãs a exigir uma refontalização pastoral”, escreve ainda.

Nessa ocasião será igualmente apresentado o plano pastoral.

Recorde-se que há dois anos que a Diocese de Angra entrou numa “caminhada sinodal”  e depois de um primeiro ano dedicado a analisar a situação concreta dos arquipélago em termos económicos e sociais, de avaliar a cultura no arquipélago e a inserção da Igreja na sociedade açoriana, este ano procurou centrar a sua atenção nas comunidades eclesiais, interrogando-se sobre o perfil do presbítero e sobre os desafios que se colocam à Igreja para a missão e para uma melhor evangelização.

Os encontros terão lugar no Seminário Episcopal de Angra no dia 13 de setembro, entre as 9h30 e as 17h00; na Madalena do Pico, no dia 15 de setembro, à mesma horas e no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada, no dia 17 também no mesmo período, entre as 9h30 e as 17h00.

De salientar, também, que o Papa Francisco convocou a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, para outubro de 2022.

“Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão” é o tema da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Em outubro de 2015, comemorando o 50.º aniversário do Sínodo dos Bispos, o Papa afirmou que “o caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio”.

Francisco apelou à reflexão sobre o próprio “exercício do primado petrino”, falando numa “conversão do papado”, citando São João Paulo II.

O Papa deseja que o Sínodo seja “cada vez mais um instrumento privilegiado de escuta” de toda a Igreja Católica, realçando ainda a importância de dialogar com as outras Igrejas e comunidades cristãs.

Em setembro de 2018, Francisco publicou a constituição apostólica ‘Episcopalis Communio’ (Comunhão Episcopal) com a qual reforça o papel do Sínodo dos Bispos, sublinhando a importância de continuar dinâmica do Concílio Vaticano II (1962-1965).

“As assembleias do Sínodo revelaram-se um instrumento válido para o conhecimento recíproco entre os bispos, a oração comum, o confronto leal, aprofundamento da doutrina cristã, reforma das estruturas eclesiásticas, promoção da atividade pastoral em todo o mundo”, realça Francisco, num documento publicado 53 anos após a criação do Sínodo dos Bispos, pelo Papa Paulo VI.

Em mais de 50 anos, as assembleias sinodais foram sempre consultivas, mas o Papa recorda que, segundo o Direito Canónica, o Sínodo goza de “poder deliberativo”, quando lhe é concedido pelo pontífice.

A ‘Episcopalis Communio’ promove uma aproximação das assembleias sinodais ao modelo dos concílios ecuménicos [mundiais], como o que foi realizado entre 1962 e 1965, em quatro sessões.

Na “sinodalidade” da Igreja, pode ler-se, espelha-se a comunhão “entre os pastores e fiéis, seja entre os bispos e o pontífice”.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

No atual pontificado houve duas assembleias sinodais sobre a Família (2014 e 2015), uma assembleia dedicada aos jovens (2018) e um sínodo especial para a Amazónia (2019).

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