Leão XIV pede negociações para travar guerra na Ucrânia

Foto: Lusa/EPA

O Papa apelou hoje a negociações de paz na Ucrânia, manifestando solidariedade às vítimas dos ataques russos nos últimos dias.

“O meu pensamento vai muitas vezes para o povo ucraniano, atingido por novos e graves ataques contra civis e infraestruturas. Asseguro a minha proximidade e as minhas orações por todas as vítimas, especialmente as crianças e as famílias”, disse, no final da audiência publica semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.

“Renovo com veemência o meu apelo para travar a guerra e apoiar todas as iniciativas de diálogo e de paz”, acrescentou.

Leão XIV pediu a todos os participantes que “se unam em oração pela paz na Ucrânia e onde quer que as pessoas estejam a sofrer com a guerra”.

Os governos russo e ucraniano mantiveram os seus primeiros contactos diretos em mais de três anos na Turquia, a 16 de maio, acordando a a troca de mil prisioneiros de cada lado.

Em entrevista ao portal de notícias do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, afirmou que o papa “manifestou a total disponibilidade da Santa Sé para acolher eventuais negociações, com a oferta de um local neutro e protegido”.

“Não se tratou, portanto, de uma mediação, porque uma mediação deve ser solicitada pelas partes. Neste caso, houve apenas a oferta pública de uma disponibilidade para acolher um possível encontro. Fala-se agora também de outros locais possíveis, como Genebra. Em todo o caso, não é importante onde terão lugar as negociações entre russos e ucranianos que todos esperamos. O que realmente importa é que esta negociação possa finalmente começar, porque é urgente parar a guerra”, indicou o colaborador do Papa.

“Antes de mais, é urgente uma trégua, para acabar com a devastação, com as cidades destruídas, com os civis que perdem a vida. Depois, é urgente chegar a uma paz estável, justa e duradoura, portanto aceite e acordada por ambas as partes”, concluiu o secretário de Estado do Vaticano.

Por outro lado, voltou a referir-se à Faixa de Gaza.

“Da Faixa de Gaza, sobe ao céu com cada vez mais intensidade o choro das mães e dos pais que seguram junto de si os corpos sem vida dos seus filhos e que são constantemente obrigadas a deslocar-se, em busca de algum alimento e de um abrigo mais seguro contra os bombardeamentos”, referiu Leão XIV, no final da audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.

“Aos responsáveis, renovo o meu apelo: que cesse o fogo, libertem todos os reféns, respeitem integralmente o direito humanitário”, acrescentou.

O Papa encerrou a intervenção com uma oração a “Maria, rainha da paz”, sob uma salva de palmas da multidão.

Em entrevista ao portal de notícias do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, afirmou que “o que está a acontecer em Gaza é inaceitável”. 

“O direito internacional humanitário deve ser aplicado em todos os momentos e para todos. Apelamos ao fim dos bombardeamentos e à chegada da ajuda necessária à população: penso que a comunidade internacional deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para pôr termo a esta tragédia. Ao mesmo tempo, reiteramos veementemente o nosso pedido ao Hamas para que liberte imediatamente todos os reféns que ainda mantém em cativeiro e para que devolva os corpos das pessoas que foram mortas após o bárbaro ataque em Israel”, declarou.

O secretário de Estado condenou ainda o recente ataque em Washington, com o assassinato de dois funcionários da embaixada israelita nos EUA.

“Fiquei profundamente chocado, uma vez que no dia 7 de outubro foram vítimas inocentes, que também estavam empenhadas em iniciativas de paz e humanitárias. Temos de estar vigilantes e garantir que o cancro do antissemitismo, nunca definitivamente derrotado, não volta a levantar a cabeça”, declarou.

Israel começou a permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza na última semana, depois de ter bloqueado a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros bens desde o início de março.

A ONU diz que a ajuda permitida é insuficiente para as necessidades da população do enclave palestino.

O conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas contra populações israelitas, a 7 de outubro de 2023.

A resposta militar de Israel provocou dezenas de milhares de mortes, uma crise humana na região e elevados danos materiais, tendo como objetivo assumir o controlo de toda a área de Gaza.

A 21 de maio, Leão XIV tinha apelado ao fim do conflito na Faixa de Gaza e à entrada da ajuda humanitária, falando numa situação “preocupante”.

Na primeira audiência geral do pontificado, o Papa convidou israelitas e palestinos a “pôr fim às hostilidades”, alertando para um “preço devastador pago pelas crianças, pelos idosos, pelas pessoas doentes”.

(Com Ecclesia e Vatican News)

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