Media: Papa Francisco «é comunicação»

Cónego João Aguiar antecipa Jornadas Nacionais que trazem a Fátima o diretor do Centro Televisivo do Vaticano

O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja afirmou que o Papa Francisco tem sido um exemplo a seguir pela Igreja e a sociedade no que diz respeito à presença e utilização dos media.

“O Papa Francisco diz-nos que as redes não são única e exclusivamente um conjunto de fios, uma tecnologia mas precisam de pessoas que falam, que se calem para que o outro fale, que escutam, que se aproximam para ouvir a confidência e pessoas que se aproximam confidentes”, destaca o cónego João Aguiar, em declarações à Agência ECCLESIA.

O responsável antecipa as Jornadas de Comunicação Social, que se realizam esta quinta e sexta-feira em Fátima, e destaca a presença do diretor do Centro Televisivo Vaticano, monsenhor Dario Edoardo Viganò.

“Este homem é uma testemunha privilegiada desta forma de comunicação. Eu acho que o Papa não tem uma teoria da comunicação, ele próprio é comunicação, no que diz, no que cala, nos gestos, nos sorrisos, nas prioridades, nas metáforas e por isso tenho muita curiosidade em ouvir alguém que vive este dia-a-dia”, revela o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.

‘Papa Francisco e a cultura do encontro: o poder das imagens’ é o tema que vai ser apresentado pelo diretor do Centro Televisivo Vaticano, na manhã de sexta-feira.

“Eu espero essencialmente um testemunho de proximidade”, explica o cónego João Aguiar que destaca a “insistência” da cultura do encontro “em toda a comunicação” do Papa Francisco.

Nesta conferência, o diretor do SNCS espera também que o interlocutor ajude a compreender a “simplicidade franciscana de Francisco” que revela “uma transparência muitíssimo grande” na qual o Papa “é essencialmente o que faz”.

“O monsenhor Viganò poderá ser para todos um privilégio de revelação e de leitura”, frisa o responsável que espera testemunho e “alguma confidência ou alguma inconfidência”.

As Jornadas Nacionais de Comunicação Social, organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica com o tema ‘Uma rede de pessoas’, realizam-se na Domus Carmeli, em Fátima.

O padre João Aguiar espera “uma participação significativa e ativa, não apenas de comunicadores do âmbito da comunicação da Igreja”, porque considera que o estar próximo, ir ao encontro, ouvir e ajudar a refletir “não é uma questão religiosa mas de humanidade”.

Na tarde de quinta-feira, duas mesas-redondas vão ajudar os participantes a refletir sobre temas atuais da comunicação na sociedade e na Igreja: ‘Jornalismo descartável: consequências empresariais e profissionais’ e ‘Media e cultura de encontro’.

O entrevistado elogia a “velocidade, abrangência e universalidade” do jornalismo digital ma identifica “algum desconforto” na forma como se pratica.

“Qualquer pessoa que tenha possibilidades de comunicar pensa que o está a fazer e o jornalista profissional também cai na tentação de desvalorizar a sua capacidade de interpretação, de leitura, de mediação”, comenta.

Nesse sentido, o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais interroga-se sobre  uma informação sem mediação, “um caldeirão de efervescência onde parece que tudo vale o mesmo”, questionando se a sociedade ainda considera necessária a “reflexão, capacidade de leitura e interpretação”.

“Se quisermos dizer isto de outra maneira, se tem de haver profissionalismo”, conclui o cónego João Aguiar.

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