Museu Carlos Machado assinala 500 anos do nascimento de Santa Teresa

Iniciativa celebra dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja, numa parceria com os serviços diocesanos dos bens culturais da igreja e da cultura

O Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, assinala na próxima quinta feira o Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja (que se celebra a 18 de outubro) com uma conferência sobre os 500 anos de nascimento de Santa Teresa.

A iniciativa, com “carácter músico-literário”, é uma organização conjunta entre a Comissão Diocesana dos bens Culturais da Igreja e o Serviço Diocesano da Pastoral da Cultura, presidida pelo Pe Ricardo Tavares que é o orador da sessão que apresentará uma comunicação intitulada “Biografia e Atualidade da Vida e Obra de Santa Teresa de Ávila”, numa parceria com a Direção Regional da Cultura e o Conservatório de Ponta Delgada.

A Festa Litúrgica de Santa Teresa de Ávila celebra-se a 15 de outubro e no ano passado, por esta altura o Papa enviou uma mensagem ao Bispo de Ávila, em Espanha onde destacava que a religiosa carmelita e doutora da Igreja “entendeu a sua vida como caminho de perfeição através do qual Deus conduz o homem, de morada em morada, até Ele, e ao mesmo tempo, o põe em marcha em direção aos homens”.

O Pontífice afirmou que “na escola da santa andarilha”, como era conhecida, “aprendemos a ser peregrinos”, e ressaltou que a imagem do caminho pode sintetizar bem a lição da vida e obra de Santa Teresa.

“Que teu desejo seja ver Deus. Teu temor, perdê-lo. Tua dor, não te comprazeres na sua presença. Tua satisfação, o que pode conduzir-te a ele. E viverás numa grande paz”.

Assim ensinava Teresa de Cepeda y Ahumada, que nasceu na cidade de Àvila em 28 de março de 1515. Filha de Alonso Sanchez Cepeda com Beatriz D’Ávila y Ahumada, desde cedo recebeu educação cristã e demonstrou traços de profunda piedade.

Costumava retirar-se em oração e silêncio, estudar a vida dos santos e acolher os pobres e assisti-los com esmolas.

Quando criança fugiu com seu irmão para juntos buscarem o martírio, segundo a vida dos santos, mas foram impedidos pelo seu tio que os reconduziu ao lar.

Perdeu a mãe aos 14 anos e dedicou-se à devoção mariana. Um ano mais tarde foi estudar para o Convento das Agostinianas em Ávila. Uma doença grave devolveu-a ao lar paterno, mas o seu coração estava profundamente tomado pelo desejo da vida religiosa. Aos vinte anos fugiu novamente para o Convento de La Encarnación, em Ávila. Um ano depois de seu ingresso, professou os votos e tornou-se Carmelita. Depois de curar mais uma doença voltou ao Mosteiro com vontade de reformar as instituições. Em 1562 fundou o Convento São José e após um encontro com Frei Antonio de Jesús e São João da Cruz, decidiu alargar sua reforma aos mosteiros masculinos. Teresa continuou sua missão, viajando por toda a Europa fundando mosteiros que somaram 17 pessoalmente assistidos pro ela. Morreu em viagem, numa das suas assistências aos mosteiros. Foi beatificada em 1614, pelo Papa Paulo V e canonizada em 1622, pelo Papa Gregório XV. O Papa Paulo VI, em 27 de setembro de 1970, proclamou-a Doutora da Igreja.

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