“Não queremos um evento folclórico mas uma oportunidade para renovar a pastoral juvenil na diocese e no país”

O padre Norberto Brum, responsável pela pastoral juvenil na diocese de Angra e presidente do Comité Organizador Diocesano da JMJ é o convidado do programa de rádio Igreja Açores

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa é uma “oportunidade única” para o desenvolvimento de uma pastoral juvenil nova.

“Espero que a jornada seja uma lufada de ar fresco na pastoral juvenil em Portugal. Mais do que um evento e de uma novidade possa proporcionar um despertar dos nossos jovens,  dos párocos e das comunidades para que todos possam olhar de forma diferente para a pastoral juvenil” refere o padre Norberto Brum em entrevista ao programa de Rádio Igreja Açores que vai para o ar este domingo depois do meio-dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

“Não se trata (JMJ de Lisboa) de um evento folclórico em que fomos a lisboa, vimos o Papa e gostámos muito, regressando felizes e contentes. Isto seria péssimo se acontecesse… A jornada é oportunidade única na diocese e no país para renovarmos a pastoral juvenil, com novos ardores, novos métodos” esclarece sublinhando que a prioridade é “criar fermento”.

“Não se trata de massas, de militância generalizada de outros tempos; queremos fermento, queremos que os que estão tenham num novo compromisso e um novo fulgor no seu testemunho e no seu empenhamento”, disse ainda.

A Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, que se realizará de 1 a 6 de agosto de 2023 já está em preparação. No final deste mês os símbolos- a Cruz e o ícone Mariano- chegarão á região, 11 anos depois de terem passado pela diocese em 2011 aquando da Jornada Mundial da Juventude de Madrid.

“A dinâmica já está a rolar no terreno. A pandemia prejudicou-nos em várias áreas, nomeadamente nos percursos definidos. Já percorremos as ouvidorias em São Miguel, fizemos assembleias on-line e temos em marcha a campanha “Acolhe um peregrino como um romeiro”.

Trata-se de uma campanha para dinamizar o acolhimento previsto para os dias das dioceses, que acontecem na semana que precede a JMJ propriamente dita, que consiste no acolhimento de peregrinos jovens de outros países no seio das famílias locais para experimentarem um pouco da cultura e vivência do país anfitrião.

“Esta campanha está a ser feita nas paróquias e vamos promover os dias das dioceses quer por altura dos símbolos quer no contexto das festas paroquiais. O verão promete ser animado com testemunhos de jovens” refere.

Os Açores irão acolher nas ilhas Terceira e São Miguel peregrinos de outros países. Segundo o sacerdote já há manifestação de intenção por parte de jovens franceses, peruanos, mexicanos e brasileiros.

“Já há umas primeiras intenções;  não podemos acolher um número muito elevado por causa das nossas condições geográficas, que trazem custos acrescidos, mas não deixaremos de acolher os que cá quiserem vir” adianta o padre Norberto Brum.

“Foi o programa possível dada a dispersão das ilhas. O projecto inicial contemplava as 9 ilhas, mas devido a problemas de transporte não foi possível garantir a sua presença dos símbolos nas ilhas mais periféricas. De fora ficam as ilhas do Grupo Ocidental- Flores e Corvo- e Santa Maria”, lamenta o responsável que diz, no entanto, que ainda estão a ser desenvolvidos “ alguns esforços derradeiros para conseguir ultrapassar esta situação”.

Os símbolos entram nos Açores no dia 1 de junho para uma grande celebração na Catedral de Angra, a Igreja mãe da diocese, e aí haverá uma celebração de cariz diocesano.

“Cada ouvidoria deverá fazer uma celebração de ouvidoria; de resto fica livre para fazer o que entender; os símbolos vão permanecer nas Igrejas JMJ de cada ouvidoria”, assegura ainda.

De 1 a 2 de junho, os símbolos estarão em Angra, com celebrações na Catedral e visitas a instituições, com destaque para o Seminário. No dia 2 de junho ficarão no Seminário. De

3 a 6 de junho ficam na Graciosa. Esta extensão de dias prende-se com questões de natureza logística já que há restrições de transporte. De 6 a 7 de junho os símbolos estarão no faial e de 8 a 10 de junho no Pico. A 10 seguem para São Jorge a onde ficam até ao dia seguinte. De 11 a 14 de junho estarão na ilha Terceira, primeiro em Santa Luzia de Angra e depois na Matriz das Lajes. No dia 15  de junho seguem para São Miguel. Serão acolhidos nas Furnas, nas Caldeiras, seguem depois para a Matriz da Povoação e depois para o Nordeste. No dia 18 estarão na ouvidoria dos Fenais de Vera Cruz e de 19  a 21 estarão em Vila Franca do Campo. Nesse dia seguem para a Lagoa e no dia 23 para a Ribeira Grande. No dia 25 estarão nas Capelas e a 26, pelas 17h00 haverá uma celebração de ilha no campo de São Francisco. Nos dias 27 e 28 farão a visita a algumas instituições de Ponta Delgada e no dia 29 regressarão ao continente e serão entregues pelos responsáveis locais à diocese de Lamego.

A entrevista do padre Noberto Brum vai para o ar este domingo depois do meio dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

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