Novo padre dos Arrifes garante que vem “com espírito aberto, sem ideias feitas, preconceitos ou estigmas”

Pe Davide Barcelos tomou posse das duas paróquias da ouvidoria de Ponta Delgada este fim de semana

Antecipando aquele que é o movimento anual de sacerdotes na diocese de Angra, que geralmente fica definido no dia 31 de julho e começa a funcionar, na generalidade dos casos no final das festas de verão, coincidindo com o inicio do ano pastoral, as duas paróquias dos Arrifes -Milagres e Saúde-, em Ponta Delgada, receberam este fim de semana o novo sacerdote.

Trata-se do Pe Davide Barcelos, natural da ilha Terceira, ordenado em 2004 e até agora ouvidor eclesiástico da ilha das Flores onde desenvolveu uma experiência paroquial in solidum, com mais dois sacerdotes, que asseguravam em conjunto as 10 paróquias florentinas.

O novo sacerdote fica agora como pároco das paróquias dos Milagres e da Saúde, nos Arrifes, na Ouvidoria de Ponta Delgada, ilha de São Miguel.

Em declarações ao Sítio Igreja Açores, o sacerdote sublinha que a sua grande prioridade, para este primeiro ano, é “observar” as paróquias e conhecer os seus movimentos e a sua dinâmica pastoral.

“Irei ver como estão organizadas e como funciona cada um dos seus movimentos. Só depois desta observação é que podemos estabelecer objectivos e metas a concretizar ao longo do ano pastoral”, referiu.

“Tendo em conta a dimensão da freguesia de Arrifes penso que a presença sacerdotal junto das pessoas será a grande prioridade, para concretizar os vários apelos que o Papa Francisco tem dirigido aos sacerdotes, sobretudo na exortação apostólica “Evangelii Gaudium”. Diria que procurarei empreender uma pastoral de proximidade, de acolhimento e de serviço, fazendo com que a Igreja, como diz o Santo Padre, seja a casa aberta do Pai”, destacou o sacerdote que diz que não trás qualquer “ideia preconcebida”.

“Não tenho grande conhecimento das duas Paróquias que compõem a freguesia dos Arrifes. Diria mesmo que não tenho nenhum, o que é muito bom, porque assim vou de espírito aberto, não levando na bagagem ideias feitas, preconceitos ou estigmas. Trata-se de um grande desafio ao nível pastoral, religioso e social. De qualquer modo, todo e qualquer serviço pastoral, requer no primeiro ano muita observação, escuta, encontro, diálogo e oração”, destacou ainda o Pe Davide Barcelos.

O sacerdote terceirense, de 37 anos e formado no Seminário Episcopal de Angra, esteve na Ilha das Flores nos últimos nove anos, cumprindo três nomeações canónicas, depois de ter iniciado as funções de pároco em setembro de 2006, na Matriz da Horta como Vigário Paroquial e Pároco de Pedro Miguel e Praia do Almoxarife.

“Encaro esta mudança como um desafio pessoal e sacerdotal. Assumo que gosto muito de desafios. Trata-se de uma grande mudança na minha vida, para uma realidade completamente diferente, mas que encarro com grande espectativa” refere ainda, não esquecendo de deixar sempre uma palavra para a ilha das Flores.

“Para mim a ilha das Flores foi uma escola, cresci enquanto homem e sacerdote. Agora será necessário repensar o modo de pastoral a exercer nestas paróquias, uma vez que o contexto social é diferente da realidade da ilha das Flores. Essencial será também adaptar-me à nova equipa sacerdotal, que já tem um longo caminho trilhado, com os quais procurarei aprender e servir”.

O sacerdote deixou, ainda, um agradecimento à comunidade florentina, ressalvando “o acolhimento, carinho e amizade que tiveram para comigo ao longo destes nove anos de serviço pastoral na Ilha e todas as manifestações de apreço que recebi das diversas comunidades”.

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