Sacerdote salienta que o Credo, embora seja símbolo dos Apóstolos, não deve ser explicitado num primeiro anúncio

A ligação entre o Credo e a Catequese deve desenvolver-se numa fase mais avançada da catequese e não durante o primeiro anúncio, afirmou esta manhã o cónego Hélder Fonseca Mendes na conferência “A afirmação da Fé na catequese: do professado ao vivido”, a terceira do 62º Encontro dos Secretariados Diocesanos da Catequese do país.
“O que queria dizer é que há uma primeira fase de primeiro anúncio e aqui não entra o credo; a ligação entre o credo e a catequese desenvolve-se numa fase posterior, verdadeiramente catequética em que aquilo que são as propriedades do credo, pensado e estruturado, é também aquilo que é a catequese que se deve centrar no essencial “ referiu o sacerdote em declarações ao Sítio Igreja Açores, depois de ter abordado o Credo de Niceia, fixado há 1700 anos, numa perspetiva mais pastoral.
“O credo é uma explicitação da fé dos apóstolos e pode ajudar os catequistas a explicitar a fé como resposta e não como problema” salientou ainda o pároco da Matriz de Santa Cruz da Praia.
“Isto pressupõe que sejamos capazes de escolher a melhor linguagem que diga este mistério de Deus e da Salvação” referiu ainda.
“A questão do mistério de Deus, que só Ele salva, está sempre presente na catequese; a questão depois é como é que o credo traduz, numa linguagem de há 1700 anos, uma linguagem acessível que hoje todos percebam” explicitou ainda.
“Julgo que o grande desafio é entrarmos em comunhão com Deus sem perder a comunhão com a humanidade que o credo de Niceia releva em relação a Cristo”, concluiu.
O cónego Hélder Fonseca Mendes foi o último orador do 62º Encontro nacional de Secretariados Diocesanos que trouxe aos Açores 18 dioceses continentais e três bispos da Comissão Episcopal para a Educação e Doutrina da Fé.
Da parte da tarde, do último dia de trabalhos, os participantes, provenientes de todos os secretariados diocesanos, realizam trabalho em grupo sob o tema “A catequese como `laboratório» de diálogo´”.