“O Espírito Santo não é uma coisa de velhos e há muita gente nova ligada a esta tradição” afirma Vasco Pernes

Foto: Facebook VP

Apresentador da RTP Açores fala das festas que marcam a identidade açoriana

As festas do Divino Espírito Santo envolvem muita gente- novos e velhos- e têm uma intensidade tal que “transcende toda e qualquer regra que a Igreja quisesse impor”, afirma o apresentador da RTP Açores, Vasco Pernes.

Autor de uma monografia sobre os impérios e a tradição na freguesia das Cinco Ribeiras, na ilha Terceira, publicado em 2017, com o título “Procuradores das Cinco Ribeiras”, o apresentador lembra que esta festa é a “marca” da açorianidade.

“É uma festa que se vai perpetuar: há muita gente nova; isto do Espírito santo não é coisa de velhos” afirma sublinhando a “intensidade de uma festa que consome horas e horas de preparação envolvendo muita gente durante o ano inteiro, desde as domingas aos dias de bodo”.

“Tudo isto transcende em muito toda e qualquer regra que a Igreja quisesse ou tivesse intenção de propor… Ainda bem que a Igreja percebeu isso e deixou de querer impor regras” refere Vasco Pernes ao programa de rádio Igreja Açores, numa entrevista que vai para o ar este domingo, depois do meio-dia, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

O apresentador de televisão destaca ainda a idade dos irmãos que lideram as Irmandades do Divino Espírito Santo e os estudos que estão a ser desenvolvidos por investigadores em todas as academias do país, o que dá nota “da importância e da abrangência desta festa” que no continente apenas tem paralelo em Alenquer e Tomar com. Festa dos Tabuleiros, que se realiza de quatro em quatro anos.

Vasco Pernes fala, sobretudo, da dimensão simbólica, etnográfica e cultural desta festa que tem expressões diferenciadas de ilha para ilha e na diáspora, alertando para o perigo da perda de autenticidade, seja pela introdução de elementos alegóricos que nada têm a ver com a origem seja com um certo comércio vivido em torno desta festa.

“Cada Irmandade pensa na sua festa e por isso cada festa é uma microfesta mas todas somadas mostra uma movimentação incrível”, refere.

Vasco Pernes faz ainda uma apreciação das festas nas diferentes ilhas sublinhando que é na Terceira, no Pico e em São Jorge que elas mantém intacta a tradição

“O Pico aproxima-se muito da tradição, mais próxima da origem, sobretudo na forma de partilha do pão que se mantém idêntica. Em São Jorge, os carros de bois enfeitados são muito interessantes”, refere.

A entrevista vai para o ar este domingo, depois da Missa da Sé, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

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