“O mundo precisa dos dons do Espírito Santo, sobretudo da paz e da abundância”

Manuel Serpa é o convidado do programa de rádio Igreja Açores deste domingo da Trindade

Formado em Teologia, sacerdote dispensado do serviço, ex deputado e comendador, Manuel Serpa é um dos maiores entusiastas das Festas do Divino Espírito Santo na ilha do Pico.

“O Espírito Santo uniu-nos e moldou-nos, espalhando os seus dons. Neste momento, no mundo e em todo o sítio, precisamos dos dons do Espirito Santo especialmente da paz e da abundância” refere o ex sacerdote.

Na entrevista, que pode ouvir este domingo no Rádio Clube de Angra e Antena 1 Açores, depois do meio-dia, o comendador açoriano lembra que a Igreja mais do que desconfiar das Irmandades deve aprender com elas a conjugar o verbo amar.

“As Irmandades são marcadas pela ação e pelo altruísmo” refere. Quando “um mordomo é eleito e escolhe a sua direção, nesse ano toda a gente trabalha para o bem comum” refere; “não há a pessoa mas sim o Espírito Santo”, isto é, o serviço, a partilha a caridade.

“O Espírito Santo é algo de extraordinário, uma força enorme” sublinha.

“As desigualdades sociais foram atenuadas pela esmola do Espirito Santo” recorda destacando que numa mesa do Espírito Santo todos são iguais. Hoje, diz, “a pobreza já não é o que era” mas o sentido da partilha e da caridade, próprios deste culto, mantém-se e isso foi visível durante a pandemia, quando a festa não se realizou na rua mas hoje a expressão da caridade. Com uma característica que se prende com a participação dos jovens.

“As pessoas vêm; o Espírito Santo liga-as e mobiliza muitos jovens. Até na recitação do Terço, que no Pico é cantado em casa do mordomo. Ninguém falta” refere.

“Estas facetas são muito válidas e a Igreja tem de beber aqui”, afirma Manuel Serpa.

“Se for necessário evangelizar as Irmandades que se faça mas que não haja tentativas de apropriação ou controlo das Irmandades” diz.

“A Igreja não pode ter outra atitude em relação às Irmandades: podem não fazer tudo bem mas nós temos de os acolher porque eles conseguem fazer aquilo que muitas vezes nós não conseguimos”.

“A Igreja tem de fazer tudo o que está ao alcance para melhorar;  a força do Espirito Santo tem de ser importada para a Igreja”, conclui.

A entrevista a Manuel Serpa vai para o ar este domingo, depois do meio-dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

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