Padroeira à entrada da Europa

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Por Renato Moura

A falta de residentes, ou de colaboradores, leva ao fecho de algumas igrejas, durante os dias de semana, ou permanentemente. Na Ponta da Fajã Grande – na fronteira Oeste da Europa – a sua igreja está habitualmente fechada, mas os dali oriundos, com a colaboração dos admiradores da localidade, procuram manter muito vivas as tradições, nomeadamente o culto ao Divino Espírito Santo e dedicação à Padroeira Nossa Senhora do Carmo.

Este ano, mais uma vez, a festa foi admirável, na componente religiosa, como na cívica. A grande novidade foi a inauguração de um nicho onde permanentemente ficará, visível aos passantes e ou devotos, uma pequena imagem de Nossa Senhora do Carmo, ladeada por dois painéis em azulejos com as seguintes inscrições:

«Nossa Senhora do Carmo – cuja festa litúrgica se celebra a 16 de Julho – ilumine os caminhos de quantos passarem nesta fronteira Oeste da Europa, e interceda nas suas necessidades, perigos e aflições».

Outra de Homenagem: “Aos deputados que, em 16 de Julho de 2021, votaram no sentido da Ponta da Fajã – mais de 31 anos depois – deixar de ser considerada zona da risco; e a todos quantos rezaram e trabalharam para o tornar possível”.

Imagem e mensagens sempre visíveis: creio serem um sinal de justos agradecimentos e de prece permanente para a posteridade.

Não foi a única alegria destes últimos dias.

O nosso Bispo procedeu às suas primeiras nomeações para alguns dos mais importantes cargos na Diocese. E revelou sinais importantes: serenidade e ponderação pelo tempo necessário para escolher; disponibilidade de clérigos para aceitação de relevantes responsabilidades; coragem para se encetar a renovação há tanto desejada, cujos frutos a seu tempo se haverão de recolher.

Graças ao conhecimento pessoal, seja-me permitido referir dois.

P.e José Júlio Rocha como Vigário Episcopal para o Clero e Formação. É homem de evidentes méritos, sacerdote de fortes convicções. Analisa com profundidade a sociedade e a religião. Sabe ver os méritos e tem coragem para denunciar os erros, mesmo se dentro da Igreja. A clarividência com que escreve, nomeadamente neste site «igrejaacores», todas as semanas, permite perceber o papel essencial que terá na formação, nomeadamente dos leigos, pois para ele a Igreja não é o clero.

P.e Emanuel Valadão Vaz, como Reitor do Seminário. Considerei-o quando paroquiou nas Flores. Admirei-o nas reuniões do Conselho Pastoral Diocesano: pelo discernimento ao analisar, frontalidade corajosa para discordar, capacidade serena na proposição de alternativas.

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