Pandemia alterou ritmos e opções diocesanas para a catequese mas o diretor do serviço sublinha que no final o importante é que “o evangelho continue a ser anunciado”

Padre Jacob Vasconcelos identifica dois momentos diferentes no cumprimento do programa diocesano. Confinamento obrigou a catequese a “reinventar-se”

A pandemia e o consequente confinamento a que toda a sociedade açoriana foi sujeita obrigou o Serviço Diocesano da Catequese, Evangelização e Missão a reinventar-se para conseguir manter ativa a catequese em muitas paróquias. O recurso às novas tecnologias digitais e um contacto direto entre catequistas e crianças e adolescentes fizeram parte das estratégias sugeridas pelo serviço aos diferentes catequistas na sequência da suspensão da catequese presencial. Ainda assim o diretor diocesano, padre Jacob Vasconcelos, sublinha que foram tempos atípicos e marcados por “alguma disparidade”.

“A primeira fase da calendarização das actividades do Serviço funcionou de forma regular tendo em conta o ritmo e a resposta de cada comunidade, mas cumprindo sempre aqueles que foram os objetivos propostos: formação, encontros, espiritualidade. Mas, após a chegada da pandemia, o confinamento obrigou-nos a ponderarmos as iniciativas e a reinventarmo-nos”, adiantou ao Igreja Açores o padre Jacob Vasconcelos.

“Também neste período o balanço é positivo embora tenhamos consciência de que nem todas as paróquias andaram ao mesmo ritmo e tiveram a mesma capacidade e disponibilidade para se adaptarem a novas realidades digitais. Mais importante que tudo é que, cada um, ao seu jeito, conseguiu continuar a difundir o evangelho” esclarece ainda o sacerdote que não quer para já comprometer-se com uma definição rigorosa das actividades que irão ser desenvolvidas no próximo ano pastoral.

“Já temos muitas coisas pensadas mas é difícil estar a dar corpo a um calendário quando não sabemos como vai ser o próximo ano em termos de pandemia”, refere ainda.

Esta capacidade de resposta diante dos problemas foi, de resto, o principal desafio que o Serviço da Catequese, tal como toda a Igreja, teve de enfrentar e que acabou por determinar um aproveitamento dos recursos disponibilizados pela escola, adaptando-os à catequese com o apoio de catequistas e famílias. As sessões de catequese foram suspensas no dia 16 de março, altura em que a Igreja decidiu suspender todas as actividades celebrativas comunitárias, como as missas, a catequese e as reuniões dos movimentos. Por isso o terceiro trimestre da catequese, este ano, decorreu em casa.

Para a infância, o Serviço propôs que o catequista preparasse semanalmente a sessão de catequese e a enviasse aos pais, via internet ou outra similar, com um resumo da sessão, devidamente adaptada, destacando “a Experiência humana, a Palavra (explicada) e a Expressão da fé/compromisso, de forma a que os pais possam trabalhar essa sessão de catequese com os filhos, num estilo de catequese familiar.”

Para a catequese da adolescência, sublinhou-se que o catequista seguisse o mesmo esquema, mas em vez do material preparado ser enviado aos pais deverá ser enviado diretamente para os catequizandos.

Para além disso, o Serviço Diocesano da Catequese sugeriu a possibilidade de se fazer “catequese virtual” recorrendo às novas tecnologias.

Durante o ano foram promovidas várias iniciativas no âmbito da formação na ilha Terceira, na ilha de São Jorge, na ilha de São Miguel e na ilha do Pico, seja através de ações de sensibilização de novos catequistas, seja no desenvolvimento dos cursos de iniciação e geral de catequista.

O ano ficou marcado pela comemoração do 60º aniversário do Serviço Diocesano de Evangelização, Catequese e Missão, celebrado sob o lema uma catequese festiva “com sabor a Jesus Cristo”.

A sessão solene teve lugar no dia 13 de novembro, com a participação do Vigário Geral da diocese, cónego Hélder Fonseca Mendes, de Monsenhor José Constância e de Cristina Sá Carvalho, diretor do Instituto Católico de Cultura e diretora do Secretariado Nacional de Catequese, respetivamente.

No encontro percorreu-se a história do serviço e, ao mesmo tempo, delinearam-se os seus desafios.

O Serviço iniciou os preparativos para proceder a um recenseamento que permita perceber quantos catequizandos e catequistas existem no terreno.

A diocese aderiu também, em muitas paróquias, sobretudo da ilha Terceira, ao projecto desenvolvido pelo Patriarcado de Lisboa

e chancelado pela Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, que começou para mobilizar os jovens rumo à Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa em 2022, mas que veio para ficar, intitulado Say Yes.

O projecto que convida a regressar à origem fazendo com que os jovens experimentem que tudo o que é bom e que eles gostam está em Cristo.

O Serviço da Catequese da Diocese de Angra, com a colaboração do sítio ‘Igreja Açores’, apresentou ainda duas campanhas: no Advento e na Quaresma estimulando o envolvimento da família na promoção da catequese.

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